Polícia ouve motorista suspeito de atropelar gari
Publicado: 06/01/2014, 15:46
Mauro José Dziurza, 26 anos, se apresentou à Polícia Civil por volta das 15 horas de hoje (06). Ele é suspeito de atropelar o gari Rodrigo Levandoski na noite dessa sexta-feira em Ponta Grossa - o motorista fugiu do local sem prestar socorro e Rodrigo continua internado na UTI do Hospital Bom Jesus.
O acidente aconteceu na rua Sant'ana - câmeras de segurança flagraram o momento exato da colisão. Hoje o motorista Mauro José se apresentou na 13ª Subdivisão Policial da cidade - ele prestou depoimento e foi liberado em seguida.
Mauro não quis falar com a imprensa - mas o advogado do motorista prestou alguns esclarecimentos. César Gasparetto disse que "acidentes acontecem". O advogado declarou que o cliente só não prestou socorro porque viu que o gari já estava sendo atendido pelos colegas de trabalho e também porque o local da colisão fica próximo ao Pronto Socorro Municipal (PSM).
De acordo com informações do advogado, Mauro estava levando a sogra a um supermercado. César Gasparetto também disse que o gari foi "imprudente" ao atravessar a rua sem olhar para os dois lados. O advogado também negou que o cliente estivesse em alta velocidade. "O fato é que a vítima atravessou em um local onde não é permitido para pedestres. Não é pelo fato dele estar trabalhando que ele não tem que atender as leis de trânsito", opinou Gasparetto.
O advogado também disse que "nessa situação o motorista não tinha necessidade de prestar socorro, porque a vítima já estava sendo atendida em frente ao Hospital". Para Gasparetto existe "culpa concorrente", tanto do motorista como do gari. Para César, o fato do cliente não ter prestado socorro é amenizado - já que o gari foi socorrido por outras pessoas. "Se o sujeito recebeu atendimento necessário, não interessa quem prestou. O importante é que ele recebeu os devidos cuidados", disse Gasparetto.
O delegado Maurício Souza da Luz ouviu o suspeito. De acordo com Maurício, a pena do motorista pode aumentar já que ele não prestou socorro. "Existe um acréscimo de um terço ou até metade da pena pelo fato do suspeito não ter parado para socorrer o gari", disse o delegado. Mauro José Dziurza pode responder por lesão corporal e a Polícia Civil deve ouvir outras testemunhas nos próximos dias.
A família do gari faz uma campanha para repor o banco de sangue do hospital.