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Madero tem prejuízo de R$ 146 mi e dívida já atinge R$ 898 mi

Por conta do alto endividamento, grupo com indústria em Ponta Grossa diminuiu drasticamente investimentos

Por conta do alto endividamento, grupo com indústria em Ponta Grossa diminuiu drasticamente investimentos
Por conta do alto endividamento, grupo com indústria em Ponta Grossa diminuiu drasticamente investimentos -

Vitor Carvalho

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Relatórios divulgados da administração do Grupo Madero, de Junior Durski, revelam que empresa de redes de restaurante teve prejuízo em 2022 e dívidas que chegam a R$ 898,8 milhões. No balanço disponível sobre o ano fiscal do ano passado, empresa apresentou prejuízo de R$ 146 milhões apesar de lucro nas operações gerais após desconto de despesas. Pesa contra o grupo juros sobre financiamentos que representam quase R$ 200 milhões pagos nos últimos 12 meses.

Por conta do alto endividamento, Madero diminuiu drasticamente investimentos em seus 275 estabelecimentos em todo o país. Para evitar ultrapassar a marca de um bilhão em dívidas e maiores complicações com credores, apenas 20 restaurantes foram inaugurados pelo grupo em 2022. Maior corte no investimento aconteceu na Cozinha Central, sede fabril localizada em Ponta Grossa e que abastece toda a rede Madero.

Em 2019, somente a cozinha central recebeu R$ 131,3 milhões em investimentos de estrutura, reparos, expansão e logística. Naquela época, grupo chegou a inaugurar, inclusive, nova unidade em Ponta Grossa, com o primeiro Jerônimo do grupo nos Campos Gerais. No ano passado, no entanto, total de investimentos não passou dos R$ 12 milhões na cozinha.

Desde 2021 o Madero vem reduzindo gastos na Cozinha Central. Se em 2020 foram R$ 127,7 milhões colocados, o ano seguinte viu apenas R$ 34,9 milhões investidos nessa área. O grupo considera como investimentos gastos com novos restaurantes, Cozinha Central, corporativo e manutenção. Mesmo diante de um cenário fortemente impactado pela pandemia, Madero continuou com altos investimentos em 2020 e 2021.

No total, grupo investiu R$ 346 milhões e R$ 347,3 milhões respectivamente nos anos em que tiveram maiores prejuízos por conta da Covid-19. Em 2022, montante não chegou a R$ 200 milhões, totalizando apenas R$ 196,8 milhões.

Aumento nas manutenções

A fim de controlar a dívida que se aproxima de um bilhão, Madero inaugurou apenas uma nova unidade no último trimestre de 2022. Dos R$ 30,2 milhões investidos nos últimos três meses do ano passado, R$ 20,6 milhões foram gastos com manutenção, valor maior do que em todo exercício dos anos de 2019 e 2020.

Entendendo a dívida

A dívida líquida do Madero está em R$ 898 milhões, com R$ 85 milhões sendo de curto prazo (com pagamento para 2023) e R$ 904 milhões diluídos até 2028. Há também R$ 90 milhões em caixa e aplicações financeiras, que deixam a dívida bruta total em R$ 989 milhões.

Maior montante a ser pago acontecerá em 2024, quando empresa deverá pagar aos credores R$ 289 milhões. Dentre os principais a receber, estão Banco do Brasil, Itaú, Bradesco e BGT Pactual. Até 2020, período anterior a pandemia, Madero tinha dívida líquida de apenas R$ 255 milhões.

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