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Paróquia dedicada ao Papa-Santo é criada oficialmente em PG

Solenidade foi marcada por belos momentos

Dom Sergio e padre Wagner entregam a cruz e a imagem de Nossa Senhora Aparecida aos jovens
Dom Sergio e padre Wagner entregam a cruz e a imagem de Nossa Senhora Aparecida aos jovens -

‘A paróquia inicia o povo cristão na expressão ordinária da vida litúrgica’, define o Catecismo da Igreja Católica. Sua existência era defendida e justificada por São João Crisóstomo ao destacar que “não podes rezar em casa como na Igreja, onde se encontra o povo reunido, onde o grito é lançado a Deus de um só coração. Há ali algo mais, a união dos espíritos, a harmonia das almas, o vínculo da caridade, as orações dos presbíteros”. O que se viu entre os fiéis da nova Paróquia São João Paulo II, no último sábado (22), foi ainda mais que isso. Era um sentimento de pertencimento. A alegria de ver, depois de cinco anos, a capela pensada já para ser matriz oficializada como a mais jovem Igreja Paroquial da Diocese de Ponta Grossa.

O decreto de ereção canônica da Paróquia São João Paulo II, no Bairro Contorno, como a 25ª de Ponta Grossa e a 47ª paróquia da Diocese foi lido na presença do bispo Dom Sergio Arthur Braschi, padres, diáconos, religiosos e dos fiéis. Na sequência, padre Wagner Oliveira da Silva tomou posse como primeiro pároco da comunidade. Uma igreja lotada acompanhou atenta passo a passo a celebração, que, além da leitura dos documentos, teve a profissão de fé do novo pároco, a bênção e entrega dos livros de registro, a exibição de um vídeo com a mensagem dos padres Osvaldo Pinheiro e Fábio Sejanoski, que são da Diocese de Ponta Grossa e estão em missão na Paróquia São João Batista, de Canutama, no Amazonas. Mesmo à distância, os sacerdotes se mostraram em oração pela nova paróquia, seu primeiro pároco e seus paroquianos.

O bispo Dom Sergio destacou a importância do momento. “Nossa Diocese que caminha para o seu centenário vive uma especial graça de Deus e uma profunda alegria: ter uma paróquia dedicada a esse orago, tendo esse padroeiro tão querido, São João Paulo II, que para muitos de nós faz parte da nossa vida. Foi Papa durante muitos anos de nossa existência e representa uma herança de saudade e de reconhecimento e de gratidão. Quis a bondade de Deus que, após o longo pontificado, João Paulo II por ocasião de seu falecimento fosse aclamado santo pelas multidões que estavam em Roma, na Praça de São Pedro. Muitos clamavam, sobretudo a juventude. E foi assim que seu sucessor Bento XVI, passados poucos meses do início de seu pontificado, determinou que fosse aberto o processo diocesano na Arquidiocese de Roma e que fossem saltadas algumas exigências da Sagrada Congregação para a Causa dos Santos para que se pudesse iniciar, antes de cinco anos, como era o mínimo, o processo de beatificação e canonização”, detalhou o bispo.

O processo todo transcorreu dentro de seis anos, informou Dom Sergio, lembrando que a beatificação ocorreu em 1º de maio de 2011, um Domingo da Divina Misericórdia, que o próprio Papa João Paulo II assim tinha determinado. “Eu estive presente, tive essa graça e foi impressionante sabermos da cura de uma religiosa francesa e também nos emocionou bastante um outro fato. Essa religiosa trouxe um recipiente no qual estava conservado sangue do Papa. Foi explicado que, no momento do atentado, quando ele por pouco perdeu a vida, e foi levado ao hospital, houve uma rápida cirurgia e uma das enfermeiras, depois de utilizar panos para enxugar o sangue, ao invés de jogar na lixeira, com era de praxe, teve a inspiração de conservar (um dos panos) de maneira discreta e respeitosa. Depois, entregou-o à Santa Sé, no momento da beatificação. Em 27 de abril de 2014, houve a solene celebração da canonização de dois papas, São João Paulo II e São João XXIII, o papa do concílio. Fiz todo o esforço para concelebrar a solene liturgia de canonização. Conto isso para que todos os meus fiéis diocesanos participem também da minha alegria”, acrescentou Dom Sergio.

“Além de louvor a Deus, ação de graças pela vida e extraordinário ministério papal de São João Paulo II, estamos aqui também pela ereção da nova paróquia. A segunda do Paraná, uma das primeiras do Brasil e do mundo. O diácono Josoel (da Cruz Borges) arregaçou as mangas e começou com a ajuda de colaboradores e benfeitores levantar essa capela, que já era pensada no coração do bispo como matriz de uma nova paróquia”, recordou Dom Sergio. Ao citar o Dia Mundial das Missões, o bispo enfatizou que cada paróquia tem a responsabilidade pela missão universal da Igreja, a continuação da missão do próprio Cristo, que foi enviado pelo Pai, para constituir uma grande e só família. “Igreja é missão em todos os níveis, inclusive paroquial. É preciso que faça com que a vida trinitária chegue a todas as pessoas. Passe de geração em geração esse mandato missionário de levar o alegre anúncio da família de Deus, que passa por cima de qualquer intolerância, racismo, desunião, que hoje ainda persiste na Humanidade”.

Dom Sergio ainda considerou importante reconhecer o Papa-Santo exemplo exímio de seguidor de Jesus e incansável missionário. “Sua biografia é impressionante. Em seus últimos dias, escreveu que recordava a cidade onde nasceu, sua paróquia, os grupos de jovens que participava, seus exercícios de canoagem, caiaque nos lagos da Polônia, fatos que ecoavam no seu coração. Perdeu a mãe muito novo e, na guerra, perdeu o pai e o irmão médico. Teve uma irmã que nasceu e faleceu antes de ele nascer. Escapou de circunstâncias perigosas, trabalhou em mina, em fábrica química e, passada a guerra, se apresentou ao sacerdócio, frequentando o seminário clandestino. Em 1978, com a morte de Paulo VI, a eleição de João Paulo I, que viveu 33 dias como pontífice, foi eleito papa com 58 anos. Era bispo auxiliar já aos 38 anos. Sua trajetória foi marcada pela precocidade. ‘Não temais, abri, antes, escancarai as portas ao redentor’ dizia em seu primeiro discurso, convidando a Humanidade a se abrir a graça redentora de Cristo”.

Homenagens

Padre Wagner fez referência a duas pessoas que foram muito importantes para a nova comunidade paroquial, que, segundo ele, acompanharam com alegria o momento de criação da Quase-Paróquia e, neste tempo, de lá até a oficialização da paróquia, tornaram-se seus intercessores junto a Deus: padre Noé Borges Vieira, que nos últimos anos era vigário da Paróquia Nossa Senhora de Guadalupe – de onde foi desmembrada a nova paróquia - e Andréia Fernanda Real. Ambos falecidos em agosto. “Padre Noé tinha um amor tão grande por essa igreja. Obrigado por tanto amor, tanto cuidado, tanto carinho, tantos momentos que ele viveu e celebrou aqui. Obrigado Andréia por teu amor, teu carinho no Apostolado (da Oração), como ministra da Comunhão, na Comunicação, em tantos momentos mostrando-nos o caminho do céu”, enalteceu o pároco, enquanto fotografias de ambos eram trazidas até o altar pelo viúvo Marcos Roberto Rodrigues e pela cuidadora do padre, Dirce Martins, e pela neta dele, Gabrielle Pedroso. Padre Noé era o único padre viúvo da Diocese de Ponta Grossa. A homenagem terminou com uma demorada salva de palmas.

“Que o Senhor nos acolha nesse tempo novo e nos abençoe para que tenhamos um coração semelhante ao coração de Cristo, coração todo misericordioso que acompanhou todo o pontificado de São João Paulo II. Agradeço a Deus por nos conceder viver esse tempo novo e de grande alegria, acompanhando a criação da 25ª paróquia de Ponta Grossa, nesses tempos de abertura de comemoração dos 200 anos da Paróquia Sant’Ana, a primeira da cidade, e a 47ª (paróquia) da Diocese em comunhão e unidade com a Paróquia de Canutama. Agradeço a Dom Sergio. Sei o quanto sonhou com essa paróquia. Rezamos para que Deus o sustentasse para que vivêssemos juntos este momento. Nosso bispo é muito mais forte do que imaginávamos. Deus sempre o sustente e São João Paulo II interceda pelo seu ministério. Agradeço especialmente o diácono Josoel Borges, que um dia viu surgir em eu coração essa comunidade, com esse padroeiro e confidenciou ao bispo. Ele que vive há 22 anos com alegria e amor seu ministério diaconal”, enfatizou padre Wagner.

O pároco agradeceu ainda o companheirismo do comandante do 3º Regimento de Carros de Combate, tenente coronel Gustavo Sotter, representado pelo sargento Araújo e tenente Lajoia; a parceria e apoio da prefeitura e aos concelebrantes, em especial padre Wellington Marcondes, pároco da Nossa Senhora de Guadalupe, e padre Sergio Tychanowicz, que tem o auxiliado no trabalho pastoral. Padre Wagner destacou a presença de padre Fernando Noriega, vigário da Paróquia São Jorge, que foi ordenado pelo Papa-Santo

Juventude

Padre Kleber Pacheco, coordenador do Setor Juventude do Regional Sul 2 e da Diocese de Ponta Grossa, conduziu um momento com os jovens, refletindo sobre duas frases de São João Paulo II direcionadas à juventude e lançando como desafio: a criação de um grupo de jovens na nova paróquia. “O que me dizem? Vamos dar de presente à paróquia um grupo de jovens?”, perguntou, ao que todos concordaram. Selando o compromisso, padre Kleber pediu que Dom Sergio e padre Wagner entregassem aos jovens uma cruz e a imagem de Nossa Senhora Aparecida.

“Caros jovens... confio-vos a Cruz de Cristo! Levai-a pelo mundo como sinal do amor do Senhor Jesus pela Humanidade e anunciai a todos que não existe salvação nem redenção, a não ser em Cristo morto e ressuscitado”, recitou padre Kleber, em alusão a Mensagem do Papa na Jornada Mundial da Juventude de 2004, quando São João Paulo II também rogou à Virgem Maria, que durante toda a sua vida se dedicou de maneira assídua à contemplação do rosto de Cristo, conservasse incessantemente a juventude sob o olhar do seu Filho.

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