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Projeto busca soro mais eficaz contra picada da aranha-marrom

Professores da UEPG conseguiram aprovação de projeto que buscará soro mais eficaz contra a picada da aranha-marrom

Projeto vai testar estratégias de intervenção no tratamento da picada da aranha-marrom
Projeto vai testar estratégias de intervenção no tratamento da picada da aranha-marrom -

Gabriel Sartini

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Professores da UEPG conseguiram aprovação de projeto que buscará soro mais eficaz contra a picada da aranha-marrom

Os professores José Rosa Gomes e Ana Carolina Martins Ville, do Departamento de Biologia Geral da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), sob a coordenação geral do professor Silvio Sanches, do Departamento de Biologia Celular da Universidade Federal do Paraná (UFPR), em colaboração com pesquisadores do Centro de Produção e Pesquisa de Imunobiológicos do PR, tiveram aprovado o projeto 'Novas estratégias de intervenção no tratamento do Loxoscelismo: soroterapia de segunda geração e vacina anti-loxoscélica', no edital PPSUS, com valor de R$ 281.987,63. O projeto vai testar estratégias de intervenção no tratamento do Loxoscelismo.

De acordo com o professor José Rosa Gomes, dentro do projeto, os professores da UEPG ficaram com a parte final da pesquisa que se refere à análise da morfologia da integridade histológica da pele frente aos soros testados. A participação nesse projeto resultará na aquisição de um afiador de navalha histológica e um aparelho purificador de água para o Laboratório de Histologia da UEPG, além da aquisição de reagentes necessários para essa etapa do projeto.

José Rosa explica que o principal objetivo do projeto é desenvolver um soro de segunda geração, mais potente, mais eficaz e que possa neutralizar os efeitos tóxicos do veneno, mesmo após várias horas da picada da aranha-marrom. Para isso, propõe-se o enriquecimento dos venenos das aranhas-marrons mais encontradas no Paraná, com toxinas dermonecróticas recombinantes com mutações pontuais e biologicamente inativas, mas ativas como estimulantes antigênicos.

"O estudo do veneno bruto por análises do transcriptoma da glândula produtora do veneno confirmou a presença 20% de fosfolipases-D (toxinas dermonecróticas)', diz o professor. Segundo ele, essas toxinas são as responsáveis pela maioria dos efeitos biológicos observados no Loxoscelismo, o que as tornam indispensáveis para o entendimento e planejamento de alternativas para diagnosticar e tratar o Loxoscelismo.

Segundo José Rosa Gomes, até o momento, algumas isoformas de fosfolipases-D presentes no veneno foram identificadas e biologicamente caracterizadas. Os efeitos deflagrados por essas toxinas dependem da atividade enzimática, em que os resíduos de aminoácidos que compõem o sítio catalítico são conservados e apresentam número diferente de pontes dissulfeto dependendo da espécie de aranha-marrom. "Em vista disso, o uso dessas toxinas recombinantes como adjuvantes poderia auxiliar na produção de um soro mais eficaz, mais específico e com maior título de anticorpos neutralizantes, uma vez que apresentaria um maior poder de neutralização das toxinas dermonecróticas".

O professor segue na explicação, observando que o uso de mutantes recombinantes biologicamente inativos das fosfolipases-D na imunização seria menos danoso aos animais utilizados na produção do soro e promoveria um maior titulo de anticorpos neutralizantes no soro. Esta estratégia também poderia ser utilizada na geração de antígenos protetores que poderiam ser utilizados pioneiramente na produção de vacina antiloxoscélica para indivíduos sujeitos a exposição ao envenenamento.

O projeto de pesquisa foi aprovado na chamada pública 01/2016 - Programa Pesquisa para o Sistema Único de Saúde: Gestão Compartilhada em Saúde PPSUS edição 2015 (Fundação Araucária - PR/SESA-PR/CNPq/MS-Decit).

Loxoscelismo

O Loxoscelismo é o quadro clínico desencadeado após a picada das aranhas do gênero Loxosceles. No Paraná é vista a maior incidência de Loxoscelismo do Brasil. É uma das maiores do mundo, com cerca de 43 mil intermedia, Laxosceles gaucho a Loxosceles laeta. O Loxoscelismo é caracterizado principalmente por uma lesão dermonecrótica no local da picada acompanhada de espalhamento gravitacional e intensa resposta inflamatória. Manifestações sistêmicas podem em menor frequência estar presentes e são representadas por distúrbios renais e hematológicos que podem levar a óbito. O único tratamento específico é a utilização de soro antiveneno, que possui a capacidade de reduzir os efeitos do envenenamento. O soro é produzido por apenas um laboratório público (CPPI) no país com a utilização dos venenos brutos das aranhas L. intermedia, L. laeta e L.gaucho e é distribuido gratuitamente pelo SUS. Porém o soro apenas minimiza o envenenamento se administrado nas primeiras 12 horas, após esse período a eficácia diminuiu bastante.

Informações Assessoria de Imprensa.

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