Grupo Madero foi coagido para integrar esquema fraudulento
Empresa denunciou o esquema e contribuiu para as investigações da Polícia Federal!
Publicado: 18/03/2017, 08:39
O Restaurante Madero, que possui sua fábrica de hambúrgueres em Ponta Grossa, teria sido pressionado para fazer parte do pagamento de propinas instituídos na Superintendência Agropecuária do Paraná. A informação foi revelada pelo delegado Maurício Moscardi Grillo durante entrevista coletiva na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, sobre a operação ‘Carne Fraca’, nesta sexta-feira. Classificado como um crime de ‘extorsão’, os fiscais levavam carnes da empresa e dificultavam o licenciamento.
“Dois fiscais exigiam propina para poder não embaraçar o funcionamento da empresa mesmo não havendo, pelo menos em tese, um motivo para isso. Então, criaram circunstâncias, começaram pedindo alimentos, picanha a ponto de ficar muito caro para a própria empresa”, informou durante a coletiva o delegado, conforme relatou a Gazeta do Povo. Hambúrgueres e peças nobres também eram levadas pelos fiscais. Essa ação foi registrada quando a fábrica ainda ficava em Balsa Nova, na Região Metropolitana de Curitiba.
A unidade de Ponta Grossa, porém, também foi vítima dos fiscais. Segundo o delegado, a empresa chegou a pagar um dinheiro algumas vezes, já que se sentiu coagida. “As vezes que ela se negou a pagar, eles tentaram embargar de alguma forma o funcionamento do frigorífico, na cidade de Ponta Grossa”, completou o delegado.
O presidente do Restaurante Madero, Junior Duski, emitiu uma nota durante a tarde de sexta-feira (17) afirmando que se sente ‘imensamente orgulhoso e feliz’ por ter contribuído com o trabalho da Polícia Federal e explicou a citação do Madero no âmbito da operação.
Confira, na íntegra, a nota oficial encaminhada pelo Restaurante Madero ao portal aRede:
“NOTA OFICIAL
Referente a citação do Restaurante MADERO na operação CARNE FRACA, venho, em meu nome e em nome do MADERO, dizer que me sinto imensamente orgulhoso e feliz por ter contribuído com a POLÍCIA FEDERAL, com a nossa disposição e com os nossos depoimentos explicitando as extorsões dos fiscais do Ministério da Agricultura em nossa empresa.
Isto é o nosso dever como cidadãos brasileiros, pois ajuda a passar o Brasil a limpo, tornando-o um lugar mais digno e decente para que as nossas crianças cresçam e se alimentem de produtos e conceitos bons. É no mínimo a nossa obrigação, seja como pais, empresários ou simplesmente como cidadãos brasileiros de bem.
Temos que ter muita disposição e coragem neste momento que o Brasil dá esta virada, denunciando e colaborando com a polícia e com a justiça, sempre que estes bandidos e corruptos batam às nossas portas. Só assim vamos tornar este maravilhoso país um lugar que nos orgulhemos, e que possamos trabalhar cada vez mais com muita força e determinação, fazendo as nossas empresas e o nosso país crescerem cada vez mais.
Junior Durski
Presidente
Restaurante Madero”