Conflito entre Rangel e Aliel marca fim da greve em PG

A maior greve do transporte coletivo de Ponta Grossa chegou ao fim na última quinta-feira após a intervenção do presidente da Câmara Municipal, Aliel Machado (PCdoB), que ofertou um subsídio de R$ 2,4 milhões para a Viação Campos Gerais. A decisão foi tomada pela madrugada, durante a audiência de conciliação, sem comunicar os outros parlamentares.

O prefeito Marcelo Rangel (PPS) disse não concordar com o repasse do dinheiro público para uma empresa privada. “O que o Aliel fez foi uma ‘trapalhada’ muito grande. Acho uma irresponsabilidade do presidente fazer uma proposta de tamanha proporção sem comunicar os vereadores da cidade, isso me deixou estarrecido” ressaltou Rangel.

Vereadores da base aliada ao governo adiantaram que votarão contra qualquer proposta de concessão do subsídio de R$ 2,4 milhões a VCG. Eles condenam a postura do presidente da casa, Aliel Machado, de ter proposto o repasse deste dinheiro à empresa sem uma consulta prévia aos outros 22 vereadores. Além disso, afirmam que já havia um acordo entre todos os parlamentares de que essa verba seria destinada a investimentos prioritariamente na saúde. Adiantam inclusive que pretendem recorrer ao Tribunal de Contas e ao Ministério Público contra a proposta do presidente da Câmara.

Aliel Machado rebateu as críticas, e afirmou que “o prefeito está faltando com a verdade, ou realmente não sabe o que acontece na cidade que ele administra”.O presidente contou que foi convidado a participar da audiência pela própria desembargadora do TRT, Ana Carolina Zaina, e que o acordo do repasse de R$ 2,4 milhões foi aprovado e assinado pelo representante da Prefeitura, o secretário João Ney Marçal Junior.

Após quase 19 dias de paralisação, os trabalhadores voltaram na última quinta-feira (5) com 100% da frota, porém Ricardo Peloze, presidente do Sindicato dos trabalhadores da VCG, afirma que não descarta uma nova paralisação, caso não aconteça o reajuste acordado em audiência.