Taxista pede novas concessões para o serviço em PG

Jocelene do Carmo atua no ramo desde 2007 e ressalta que falta fiscalização por parte do Poder Público

A taxista Jocelene do Carmo, no ramo há 10 anos, procurou a reportagem do portal aRede e do Jornal da Manhã para apresentar seu ponto de vista sobre a chegada do serviço da empresa Uber em Ponta Grossa. A taxista apresentou várias demandas para melhorar o serviço de táxi no município e criticou duramente a instalação da “concorrência desleal” representada pelo serviço da Uber. Jocelene também lembrou que a atividade do taxista é regulamentada por uma lei municipal que é “pouquíssimo fiscalizada”.

A taxista autônoma afirmou que o serviço em Ponta Grossa sofre com a pouca fiscalização do Poder Público, concedente da atividade, além da falta de informações ao usuário. “Quem quiser reclamar da postura de um taxista que superfaturou uma corrida ou mesmo agiu de maneira pouco educada não sabe aonde e nem como, isso prejudica muito a qualidade do serviço prestado e, inclusive, penaliza os bons taxistas”, comentou.

Esposa de um permissionário de táxi, Jocelene acredita que a entrada do Uber no mercado do transporte de Ponta Grossa poderia ser “evitada” com uma simples ação do Poder Público: a concessão de novas vagas no ramo. A taxista citou os números expostos pela lei municipal 4.096, sancionada em 1994, que preveem que cidades com mais de 301 mil habitantes devam ter, pelo menos, 205 concessões – atualmente Ponta Grossa conta apenas com 155, segundo a taxista.

Jocelene lembra ainda que para melhorar a qualidade do serviço a Prefeitura, através da Autarquia Municipal de Trânsito e Transporte (AMTT), órgão responsável pela investigação, deveria fazer um “pente fino” nas concessões. A taxista lembra que atualmente muitos permissionários (donos da concessão do veículo de táxi) não são motoristas, mas apenas empresários que tiram “proveito” da concessão para lucrar, sem responsabilidade alguma com a atividade.

“Taxistas fazem suas próprias leis”, diz Jocelene

Jocelene lembrou ainda que com a pouca fiscalização por parte do Poder Público, muitos taxistas ignoram as regras impostas pela legislação e fazem “suas próprias leis”. “Acredito que 90% da classe age da maneira correta, mas a falta de fiscalização faz com que aqueles 10% que não tem compromisso com o serviço e com a profissão prejudiquem a atividade e façam dos taxistas uma classe muito criticada”, contou Jocelene.

“Não precisamos do Uber”, destaca a taxista

Defendendo a tese de que falta realmente organização e fiscalização para que o serviço de táxi evolua e melhore em Ponta Grossa, Jocelene do Carmo lembra que a chegada da Uber não é necessária para que isso seja feito. “Não acho justo que uma empresa lá dos Estados Unidos, que não paga um centavo de imposto aqui no Brasil, venha organizar nosso transporte de finalidade pública, nós mesmos podemos fazer isso, pagando impostos e contribuindo com a sociedade”, afirmou a taxista.

Jocelene quer ser “taxista fiscal”

Jocelene também se colocou à disposição da Prefeitura, especialmente do prefeito Marcelo Rangel (PPS), para ser uma “taxista fiscal”. “Nossa classe é muito criticada por conta de atitudes isoladas, de taxistas que tem as próprias leis, me coloco à disposição da Prefeitura para ser uma fiscal interna do serviço de táxi em Ponta Grossa, nós precisamos barrar o Uber, mas também prestar um serviço de maior qualidade”, contou. A classe dos taxistas, inclusive o Sindicato do setor, acredita que Rangel deva barrar, via projeto de lei, a atividade do Uber – a reportagem não encontrou o prefeito para que ele comentasse tal expectativa.