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Haitianos perdem emprego e podem ficar sem teto em PG

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Afonso Verner

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A mais de 5 mil quilômetros da terra natal, um grupo de trabalhadores haitianos é o centro de uma situação complicadíssima em Ponta Grossa. Dez trabalhadores perderam o emprego em uma metalúrgica da cidade e agora só tem hospedagem e alimentação garantida até a próxima quarta-feira (30) - depois disso, o futuro dos estrangeiros é incerto.

Os haitianos foram contratados pela Movetec - uma empresa que faz parte do grupo da metalúrgica Scheffer. Segundo o relato dos próprios estrangeiros, a promessa era de trabalho garantido por, pelo menos, seis meses - dez dos dezessete haitianos foram liberados em apenas quinze dias.

Depois de uma audiência no Ministério do Trabalho, a empresa e os trabalhadores entraram em acordo e ficou combinado que a Scheffer pagaria a hospedagem e a alimentação dos haitianos até o dia 30/04, a próxima quarta-feira - depois disso o destino e o futuro dos estrangeiros é incerto. Também teria ficado acordado entre as partes que os haitianos receberiam uma indenização de R$ 7 mil - o valor seria dividido entre os trabalhadores.

Promessa não cumprida

O Sindicato dos Metalúrgicos de Ponta Grossa (SindiMetal - PG) intermediou a negociação entre os trabalhadores e a empresa - os haitianos assinaram a rescisão de contrato hoje (28/04). Segundo o presidente do Sindicato, Mauro César Pereira, existem várias irregularidades no processo.

"Primeiro há uma denúncia de sobrecarga de trabalho denunciada pelos trabalhadores. Eles contam que quatro haitianos faziam o trabalho de dez brasileiros. Além disso, a empresa descumpriu a promessa de trabalho durante seis meses e ainda cumpriu somente a parte trabalhista e esqueceu o lado social da questão", explica Mauro.

Ministério do Trabalho

O Ministério do Trabalho auxiliou na negociação entre os trabalhadores e a empresa. A expectativa do Sindicato é que o Ministério do Trabalho mova uma ação coletiva contra o Grupo Scheffer pelas denúncias feitas pelos haitianos. "Também queremos investigar uma possível troca de mão de obra brasileiro por estrangeiros", contou Mauro.

Causas da demissão

As causas que levaram a demissão dos haitianos tem motivações diferentes segundo as versões dadas pelo Grupo Scheffer e pelo SindiMetal-PG. Segundo diretor geral do grupo, Frederico Nicolau Scheffer, os haitianos foram liberados porque não passaram no período de experiência. "Eles foram liberados porque os encarregados não aprovaram o trabalho prestado. Não vou dar emprego para quem não quer trabalhar", argumentou o diretor.

Já segundo o Sindicato a demissão foi ocasionada pela "pressão" feita pelos funcionários. "Os haitianos foram expostos a condições inadequadas de trabalho e excesso de carga. A empresa entendeu que eles não iriam reclamar e quando os trabalhadores buscaram seus direitos a demissão aconteceu", relata.

Origem e destino dos haitianos 

Segundo Frederico, os estrangeiros foram recrutados pela Prefeitura de Pinhais, região metropolitana de Curitiba. O presidente do Sindicato disse não ter conhecimento desse processo de recrutamento de estrangeiros. A Prefeitura da cidade foi procurada e através da assessoria de imprensa se comprometeu em analisar o caso e prestar informações até o final do dia.

Depois que a hospedagem e alimentação bancadas pela empresa acabarem, os haitianos não tem destino certo. No grupo de dez funcionários demitidos pela Scheffer apenas um fala português - os estrangeiros preferiram não gravar entrevistas e temem represálias.

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