Funcionário do IML de PG é preso em operação policial | aRede
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Funcionário do IML de PG é preso em operação policial

Jorge Pinto Barbosa teve a prisão temporária decretada na manhã desta terça (26). Polícia investiga quadrilha que fraudava seguro DPVAT com apoio de funcionários do IML.

Motorista do IML, Jorge Pinto Barbosa teve a prisão temporária decretada
Motorista do IML, Jorge Pinto Barbosa teve a prisão temporária decretada -

Jorge Pinto Barbosa teve a prisão temporária decretada na manhã desta terça (26). Polícia investiga quadrilha que fraudava seguro DPVAT com apoio de funcionários do IML.

A ‘Operação Ressurreição’, da Polícia Civil, culminou na prisão de um funcionário do Instituto Médico Legal (IML) de Ponta Grossa na manhã desta terça-feira (26). Motorista do órgão, Jorge Pinto Barbosa teve a prisão temporária decretada no início da manhã desta terça-feira (26). Além dele, outras 11 pessoas foram presas em Curitiba e na região metropolitana da capital.

De acordo com a Secretária de Estado de Segurança Pública e Administração Penitenciária (SESP), a quadrilha suspeita de aplicar golpes para obter o seguro DPVAT (Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Vias Terrestres) oferecia R$ 700,00 aos motoristas do IML para cada corpo que eles conseguissem informar.

Entenda o esquema

Os investigados passavam o dia e especialmente a madrugada atrás de corpos de vítimas de acidentes de trânsito ou morte natural, sendo que para isso corrompiam os motoristas do IML, para que estes passassem informações privilegiadas e em tempo real dos óbitos ocorridos na capital, região metropolitana e em Ponta Grossa. 

Para cada “corpo”, a quadrilha oferecia R$ 700,00 aos motoristas do IML. Dos quatro funcionários do Instituto investigados, pelo menos dois deles usam aparelhos celulares em nome dos suspeitos e obviamente pagos por eles, visando facilitar o repasse das informações.

Os dados privilegiados chegavam até a quadrilha também através de socorristas do SIATE – sendo que, por ora na investigação, não há indícios de que estes socorristas receberam dinheiro da quadrilha. 

De posse das informações do morto, os integrantes da quadrilha faziam contato com os familiares para obter deles procurações para dar entrada no seguro DPVAT – cujo valor pode chegar até R$ 13,5 mil. Uma pequena parte deste dinheiro era repassada à família dos mortos e o restante ficava com a organização criminosa. A alegação era de que o restante era gasto nas despesas do enterro. 

Nos casos de mortes naturais, após ser informada pelos motoristas envolvidos, a quadrilha ligava para o IML se passando por parentes da vítima cancelando atendimento do Instituto. A quadrilha então acionava um médico da UPA de Colombo para atestar o óbito e direcionar o serviço funerário para as empresas ligadas ao esquema. A polícia investiga se o médico, que foi conduzido coercitivamente, era conivente com os criminosos ou se foi uma vítima desta quadrilha. 

“Os investigados utilizam todo tipo de artimanha para enganar parentes das vítimas, se aproveitando obviamente do momento de fragilidade que estas se encontram. Nos casos de 'morte natural', inúmeras são as conversas onde eles se passam por Policiais Militares e também por servidores do IML, visando direcionarem o sepultamento para funerárias 'parceiras', onde eles obviamente ganham uma comissão, fraudando documentos para essa finalidade”, explicou o delegado do Nurce, Renato Bastos Figueroa. 

Um dos documentos falsificados foi um boletim de ocorrência no qual um dos suspeitos, Luciano Alis Ferreira, tentou fraudar a morte do próprio pai, Luiz Gonzaga Ferreira. Luciano chegou a fazer um Boletim de Ocorrência no dia 25 de fevereiro de 2015 comunicando a morte do pai vítima de atropelamento. Para a surpresa dos investigadores, o “morto” apareceu em uma das conversas interceptadas autorizadas pela Justiça. Luciano diz ao pai: “Vou pedir uns R$ 8 mil, R$ 10 mil agora que está na mão. Não vou nem avisar o Tiago. Vamos só nós dois pai, ganhar uns R$ 4 mil”.  

Em outra conversa interceptada com autorização judicial, outro integrante da quadrilha, Marcio Clovis Baldi da Silva, se passa por um oficial do Exército para tentar aplicar o golpe. Ele liga para um familiar de um dos soldados que morreu num grave acidente no dia 19 de janeiro de 2016 na PR-412 em Coroados, próximo à entrada de Guaratuba, no Litoral do Paraná. O golpe não foi consumado porque um oficial do Exército chegou no IML e a quadrilha acabou desistindo. 

“Há meses a Polícia Civil investigava essa quadrilha, que fraudava documentos e enganava familiares dos mortos, em um momento extremamente difícil em razão da perda de um familiar, e acabava auferindo lucros enormes. Agora os envolvidos estão presos, vários mandados foram cumpridos e o inquérito deverá ser concluído no prazo legal”, afirmou o delegado-geral da Polícia Civil, Julio Cezar dos Reis.

Com informações da Assessoria de Imprensa.

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