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Projetos autônomos são alternativas ao Mercadão

De iniciativa independente, projetos arquitetônicos reforçam estudos da Prefeitura de Ponta Grossa pra a revitalização do Mercado Municipal através de parceria público-privada

Pelo menos dois projetos de arquitetura podem estimular a Prefeitura de Ponta Grossa no processo de revitalização do antigo Mercado Municipal. A ideia da reforma no espaço para abrigar um novo Mercado Público foi antecipada pelos arquitetos ponta-grossenses Henrique Zulian e Sara Chornobai.

Trabalho de conclusão de curso da UFSC elaborado pelo arquiteto Henrique Zulian
Trabalho de conclusão de curso da UFSC elaborado pelo arquiteto Henrique Zulian

Com menção honrosa na 23ª edição do concurso nacional de arquitetura Ópera Prima, em 2011, o projeto de Zulian prevê um espaço de convivência e comércio para produtores locais no Mercadão. “Para isso torna-se necessário que a edificação funcione como a continuação do espaço público e no caso desse projeto, também da praça criada em frente ao mesmo”, explica.

Objeto do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), a proposta do arquiteto ponta-grossense cria uma nova estrutura, com dimensões semelhantes da edificação existente, ao Mercado Municipal. A intenção é garantir maior ventilação e iluminação no espaço. “A edificação do mercado foi fruto de um novo projeto implantado em um local bem semelhante ao existente, com nova e mais espaçada solução estrutural, privilegiando a luz e ventilação natural, o conforto ambiental”, afirma Zulian.

O projeto conta, ainda, com uma praça. “Ela foi concebida no mesmo nível do térreo do mercado e também de parte da Rua Comendador Miró e funciona como um teto para o estacionamento que tem acesso pela Rua Julia Vanderlei”, conta o arquiteto. Na avaliação de Zulian, a estrutura atual possui condições de ser reaproveitada no processo de revitalização, mas existem riscos de falhas na edificação.

Intervenção apresentada em 2014 pela arquiteta Sara Chornobai à UEM
Intervenção apresentada em 2014 pela arquiteta Sara Chornobai à UEM

A recuperação do Mercadão de Ponta Grossa também inspirou o TCC da arquiteta e urbanista Sara, que no ano passado finalizou o curso pela Universidade Estadual de Maringá (UEM). A proposta de Sara foi elaborada a partir da estrutura atual da edificação. “Eu entrei em contato com o Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano (Iplan) e recuperei os arquivos da Prefeitura sobre o Mercado Municipal. Fiz meu projeto em cima destes documentos”, conta.

Além dos arquivos da Prefeitura de Ponta Grossa, a arquiteta ponta-grossense utilizou um relatório elaborado em 2013 pela Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Ponta Grossa (AEAPG), que apontava a viabilidade da revitalização e sugeria ao Governo Municipal a abertura de um concurso sobre projetos para o Mercadão. “No meu projeto, eu acabo revitalizando o que já está construído e, no lugar do estacionamento, crio uma praça em dois níveis”, explica Sara.

Em relação à forma de financiamento da reforma, a urbanista considera positiva a contratação via Parceria Público-Privada, como articula a Prefeitura de Ponta Grossa. Entretanto, Sara diz que a PPP deve valorizar a participação do Poder Público na gestão do espaço. “Normalmente, a iniciativa privada acaba ganhando muito sobre o Poder Público nas PPPs. É preciso que se faça um edital com itens que equilibrem a parceria. Mas meu TCC é de cunho meramente acadêmico, para dar uma alternativa de como poderia ser utilizado aquele espaço”, conclui.

MERCADO MUNICIPAL
Entidade aprova revitalização
Enquanto a Prefeitura de Ponta Grossa aguarda um laudo técnico sobre as condições estruturais do antigo Mercado Municipal, a Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Ponta Grossa (AEAPG) garante que a edificação existe pode ser reaproveitada no processo de revitalização. De acordo com o presidente da entidade, o engenheiro civil Osvaldo Thibes, foi realizado um estudo no local que atestou a viabilidade da reforma. “Fizemos um estudo e identificamos que aquela construção poderia ser reutilizada tranquilamente. É claro que são necessárias algumas correções estruturais”, assegura. Thibes também critica uma possível demolição do prédio. “Ele (o Mercadão) não está condenado. Nós somos totalmente contra a demolição. Seria lamentável destruir uma estrutura importante, que ainda pode aguentar décadas”, diz. A AEAPG tem cobrado, ainda, cuidados da Prefeitura sobre a edificação. “Não se admite que o prédio continue sem cobertura, todos sabemos como isso pode prejudicar as estruturas”, conclui Thibes.

O QUÊ
>> Revitalização
Com a sanção da Lei das Parcerias Público-Privadas (PPPs) em novembro do ano passado, a Prefeitura de Ponta Grossa instituiu um comitê gestor específico para dar andamento ao processo de revitalização do Mercado Municipal. A destinação do espaço para produtores locais, seguindo o modelo dos mercados públicos de Curitiba, São Paulo e Porto Alegre, foi aprovada em audiência pública realizada pelo comitê. Agora, o grupo avança para a viabilidade técnica e econômica da PPP.

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