Parklet: será que é viável?

Muito embora a proposta seja auspiciosa por aumentar os espaços de convivência, reordenar os espaços urbanos e revitalizar o cenário, a implantação de ‘parklet’ pode não vingar em Ponta Grossa. A cidade não foi planejada, suas ruas – pelo menos a maioria – são estreitas e a eliminação das faixas de estacionamentos apenas agravaria um problema crônico existente na área central e nos bairros comerciais, que é a falta de espaços para estacionar o veículo.

Tem outra questão com igual peso de gravidade: a incidência de vandalismo ganha proporções enormes nos espaços públicos, com a real deterioração e destruição de equipamentos em praças ou de lixeiras em vias públicas. Prédios históricos são pichados e placas de sinalização são destruídas diariamente. A sobrevivência do ‘parklet’ não é garantida.

Inspirado em modelos de grandes centros urbanos, como Fortaleza, São Paulo e Curitiba, o programa elaborado pelo Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano (Iplan) autoriza a instalação temporário de parklets nas vagas para estacionamento. Os parklets são plataformas equipadas com bancos, mesas, floreiras, cadeiras, quiosque e outros mobiliários de uso recreativo, de convívio ou destinado a manifestações artísticas. Também estão previstas vagas para bicicletas. Essa proposta chegou à Câmara, para análise, dentro do Programa Nossa Vaga, de autoria do Executivo.

Proporcionar às pessoas da cidade uma alternativa que reinvente o espaço público, oferecendo estruturas inusitadas, com mobiliários que agreguem arte, acessibilidade e que incentivem a mobilidade urbana ou “mobilidade humana”. Esse é o conceito do parklet. A ideia é investir na construção de pequenos parques urbanos como uma extensão das calçadas.

A implantação de parklets deve ser antecedida de amplo estudo. É preciso saber se Ponta Grossa efetivamente tem a estrutura necessária para receber essa proposta. Os comerciantes e os moradores também devem ser ouvidos a respeito do projeto.