Editorial
As demandas das indústrias não podem ser proteladas
Da Redação | 05 de dezembro de 2025 - 01:31
Mão de obra qualificada, energia, aeroporto e transporte estão no topo das prioridades do setor industrial de Ponta Grossa, para o próximo ano. As demandas foram elencadas numa reunião realizada na sede da Associação Comercial e Industrial. O mesmo encontro marcou o início dos trabalhos do NDI 30+, um grupo dedicado às grandes indústrias do município.
Os apontamentos realizados pelo setor são pertinentes e precisam da aplicabilidade de estratégias para uma resolutividade. A cidade tem um dos maiores setores industriais do interior do Paraná, que continua crescendo e gerando oportunidades. Os principais setores que demandam mão de obra qualificada são o metalmecânico, o agroindustrial e o madeireiro. O fato é que existe uma lacuna entre a quantidade de mão de obra disponível e a necessidade de profissionais com as competências técnicas específicas exigidas pela indústria.
O desenvolvimento e o potencial para geração de riquezas colocam o setor industrial de Ponta Grossa em destaque no Paraná. No entanto, ao discutir o futuro da indústria ponta-grossense, um fator pode dificultar a atração de novos investimentos: a falta de mão de obra. A falta de disponibilidade de mão de obra já é uma realidade dura no município e não há outro caminho a não se tratar a empregabilidade de forma diferenciada.
Um levantamento feito pelo Portal aRede e pelo Jornal da Manhã mostra que Ponta Grossa possui mais de 1,7 mil indústrias registradas, de acordo com dados da Secretaria da Fazenda do Paraná (Sefa-PR). O setor gerou quase 1,1 mil vagas em 2024. Atualmente, são mais de 21 mil trabalhadores com carteira assinada na indústria ponta-grossense.
O Município analisa dados para identificar as reais necessidades das empresas instaladas em Ponta Grossa. O levantamento permitirá direcionar a oferta de cursos de capacitação para formação de profissionais alinhados às demandas do mercado. A qualificação profissional é essencial para garantir que as pessoas tenham acesso a melhores oportunidades, aumentem sua renda e contribuam para o crescimento econômico. Quanto mais indivíduos preparados, mais competitivas serão as indústrias e mais forte será a economia.
Outro ponto observado pelas principais indústrias é a inatividade do Aeroporto Sant’Ana. É inadmissível uma cidade do porte de Ponta Grossa, com relevância política e econômica para o Paraná e a região Sul do país, com extraordinário crescimento econômico, estar sem voos comerciais pela falta de capacidade de receber grandes aeronaves.
Um fato que chama a atenção é que o aeroporto, mesmo inativo, recebe um grande volume de obras. A retomada dos voos precisa acontecer com urgência, para atender as demandas da indústria, do comércio, do turismo, do setor hoteleiro e do cidadão.