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A humanização do trânsito precisa ir além das campanhas

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A morte de um jovem de 24 anos, na tarde de segunda-feira (19), no bairro Cará-Cará, acontece justamente num momento em que a sociedade civil organizada, em parceria com diferentes setores, dedica tempo e esforços em ações de conscientização de um trânsito mais humano. O próprio mês, de maio, é marcado por inúmeras campanhas de conscientização que visam a reduzir acidentes no trânsito, promovendo o respeito às leis de trânsito e o uso seguro das vias públicas. A campanha acontece durante todo o mês de maio e é coordenada entre o Poder Público e a sociedade civil. 

Os acidentes de moto geram um pesado ônus social, tanto em vidas perdidas quanto em gastos públicos. Além da tragédia humana, há custos diretos expressivos para o Sistema Único de Saúde (SUS) e impactos indiretos na economia e na Previdência Social decorrentes dessas ocorrências. Estudos indicam que, os acidentes de trânsito consomem de 3% a 5% do PIB nacional – e como cerca de 60% dos sinistros viários envolvem motocicletas, o peso financeiro dos acidentes com motos para a sociedade brasileira é enorme. No caso das rodovias federais do Paraná em 2025, quase 40% dos 2.296 acidentes registrados envolveram motocicletas.

O impacto na Previdência Social e na economia é igualmente significativo. Acidentes de moto frequentemente resultam em afastamentos do trabalho (auxílios-doença) e até aposentadorias por invalidez para os sobreviventes, além de pensões por morte para dependentes das vítimas fatais. Uma análise do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) estimou que apenas em 2014 os acidentes em rodovias federais geraram um custo social de R$ 12,8 bilhões – dos quais 62% estavam ligados às vítimas (despesas médicas, reabilitação e, principalmente, perda de produção econômica). Em outras palavras, além dos gastos em saúde, a sociedade arca com a perda de renda e de contribuição econômica daqueles que ficam incapacitados ou morrem precocemente em acidentes de moto.

Desde o início do ano até 28 de abril, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) registrou aumento no número de acidentes, feridos e mortos em ocorrências envolvendo motocicletas nas rodovias federais do Paraná. No período, foram 833 acidentes com motocicletas em 2025, frente a 785 no mesmo intervalo de 2024 — crescimento de 6%. O total de feridos também aumentou, passando de 907 para 962, uma elevação de 6,1%. O dado mais preocupante é o aumento no número de vidas perdidas: 45 pessoas morreram em acidentes com motocicletas neste ano, contra 37 no ano passado. O crescimento representa uma alta de 21,6% no número de mortes.

As motocicletas seguem entre os modais mais vulneráveis no trânsito. A combinação de alta exposição do condutor e práticas de risco, como excesso de velocidade, ultrapassagens indevidas e falta de equipamentos de proteção, agrava os índices de letalidade nesse tipo de ocorrência.

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