Editorial
A ação humana na propagação dos incêndios ambientais
Da Redação | 06 de setembro de 2024 - 01:55
Ao decretar emergência por conta da forte estiagem, o Governo do Paraná pode adotar uma série de outras medidas para minimizar os efeitos climáticos adversos. Uma delas é o racionamento, com a colocação de equipes nas ruas para fiscalizar eventuais procedimentos equivocados da população, como desperdício de água. O problema maior, no entanto, é o impacto ao agronegócio, com perda de produção e aumento de preços.
O Decreto 7.258 assinado pelo governador Carlos Massa Ratinho Junior quarta-feira (4) determina, entre outras medidas, a mobilização dos órgãos estaduais, sob coordenação da Defesa Civil Estadual, para atuar na detecção e combate a incêndios. Somente em agosto foram cerca de 20 mil focos de calor, aproximadamente seis vezes mais do que foi registrado em julho.
Historicamente, o mês de agosto costuma ter estatísticas elevadas nesse quesito. Em 2024, porém, tem sido especialmente severo. Temperaturas elevadas, baixa umidade relativa do ar e chuvas escassas são alguns dos fatores que contribuem para a proliferação dos incêndios, como o que atualmente castiga diferentes regiões – inclusive os Campos Gerais.
Colocar fogo no mato é tão grave quanto dirigir embriagado. Outro procedimento inapropriado é o fumante lançar a bituca de cigarro do interior do carro em direção ao asfalto. É desta forma que se habilitam os grandes incêndios ambientais, com a destruição da fauna e flora, potencializando, de igual forma, a ocorrência de acidentes por conta da fumaça que atinge as rodovias.
A Defesa Civil aponta que atividades como a queima controlada de áreas de plantio são práticas comuns em diversos municípios. Por esta razão, Prudentópolis, nos Campos Gerais, aparece como a cidade com a maior incidência de focos de calor nos últimos cinco anos, com 8.640 registros. Existe na cultura local a prática de se utilizar o fogo para limpar as áreas de plantio, como as estufas de fumo. Há uma abundância de agricultores que têm esta atividade como renda familiar, isso faz aumentar a incidência de incêndios no município.
As condições do clima, os tipos de terreno e vegetação podem ajudar a propagar incêndios florestais com maior ou menor velocidade. Mas as principais causas para essas ocorrências, segundo estudos científicos, é a intervenção humana. Em torno de 90% dos incêndios florestais surgem por ação do homem, intencionalmente ou não intencional.
Uma sociedade consciente age de forma construtiva e zelosa, evitando incêndios e preservando a fauna e a flora.