Editorial
A guerra contra a bandidagem não pode ter trégua em PG
Da Redação | 29 de agosto de 2024 - 03:58
A Vila Coronel Cláudio se consolidou como principal polo de integração do crime e da violência. Enraizada na região de Uvaranas, os moradores convivem com assaltos à mão armada, arrombamentos de residências, brigas, tráfico de substância entorpecente, assassinatos, entre outros crimes de maior ou menor potencial ofensivo. Não há paz. Não há esperança nesta região. As políticas sociais do Estado não chegam a esta região.
A propensão ao crime não é novidade. Há mais de duas décadas, Mario Machado (in memoriam), ex-delegado-chefe da 13ª SDP, estudava projetos específicos para serem implementados nesta vila. Não se tratava apenas do policiamento preventivo (e nem repressivo), mas compactuações de ações verticalizadas à moradia digna, lazer, cultura, assistência social, qualificação profissional, emprego e renda. Até hoje, pouco foi feito.
Pelo atual cenário, o desmonte do crime, na Vila Coronel Cláudio, só será possível com intervenção pesada das forças policiais. Operações conjuntas podem até apresentar resultados satisfatórios, num primeiro momento, mas existe a necessidade da construção de uma estrutura física para abrigar a Polícia Civil, a Polícia Militar e a Guarda Municipal. O próprio Exército deve se posicionar. Aliás, na Avenida Carlos Cavalcantti, perto da ‘Coronel Cláudio’, funciona a estrutura do 13º Batalhão de Infantaria Blindado.
Os investimentos em tecnologia feitos por Ponta Grossa devem reverter benefícios e garantir a segurança da população. A região pode ser sobrevoada pelos drones da Guarda Municipal para fazer a vigilância e buscar pontos de tráfico de armas e comércio de armas. Soma-se a isso a possibilidade da instalação das câmeras de monitoramento em pontos estratégicos, criando-se um cinturão tecnológico contra o crime a violência.
A bandidagem atua firmemente na ‘Coronel Cláudio’. Recentemente, criminosos invadiram uma residência, feriram a tiros uma criança, balearam um rapaz e mataram outro. Até o momento ninguém foi preso. Os autores continuam soltos com suas armas pelas ruas da vila. Ontem (28), uma jovem grávida foi morta a golpes de faca, na Rua Manoel Marques. O corpo foi encontrado ao lado do filho. Este crime poderia ter sido evitado se houvesse policiamento na região.
Dados da Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp) mostram que Ponta Grossa registrou 4.390 denúncias de violência contra a mulher de janeiro a junho de 2024. O valor representa mais da metade (53%) dos boletins de ocorrência pelo crime feitos ao longo de todo o ano passado. Uvaranas, onde está a Coronel Cláudio, é o bairro com mais registros em ambos os casos. Em seguida, aparecem Centro, Contorno, Neves e Cará Cará. Em todo o Paraná, já são mais de 120 mil denúncias.