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Tragédia na BR-376 poderia ter sido evitada, mas não foi; e agora

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Na apuração da maior tragédia do Paraná, a estimativa inicial é que 30 pessoas estejam desaparecidas. O deslizamento de terra na BR-376, entre o Paraná e Santa Catarina, mostra vários órgãos comprometidos na busca de sobreviventes, mas o Governo do Estado precisa se articular administrativamente para apurar responsabilidades e depois, se for o caso, pedir a punição para os responsáveis. Esta questão não pode ficar impune.

A concessionária Arteris Litoral Sul afirmou nessa terça-feira (29), que o ponto da BR-376 onde houve deslizamentos nesta segunda-feira (28) "não apresentava risco" e é monitorado periodicamente. Contudo, importante ressaltar que a área era conhecida pelos geólogos e geotécnicos como sendo de risco. A estrutura geológica do local possui muitas fraturas. Houve a formação de lama que, com a chuva, desceu, resultando na chamada ‘corrida de lama.

Existem várias soluções geotécnicas que poderiam ter sido utilizadas neste local. Por exemplo, a instalação de muros de gabião, a contenção de taludes, a criação de drenos, a contenção por concretagem ou até mesmo um trabalho de vegetação poderia ter ajudado a conter o deslizamento. Portanto, não se pode culpar a água. Ela é apenas um gatilho de um problema que existe no local. A responsabilidade é do ser humano.

A situação é bastante grave. A Coordenadoria Estadual da Defesa Civil, que conta com um grupo de engenheiros e geólogos fazendo a avaliação da área do deslizamento para a liberação das equipes de resgate, identificou outros dez pontos de deslocamento de terra em locais próximos ao km 669 da BR-376, onde ocorreu o deslizamento. 

Conforme o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) não há pluviômetro monitorado pelo órgão ou pela Agência Nacional de Águas (ANA) na pista, mas o equipamento mais próximo, pouco abaixo do local do deslizamento, administrado pela ANA, apontava volume acumulado de 247 milímetros de chuva apenas na segunda-feira. No entanto, a concessionária nada fez para tentar evitar a tragédia.

Especialistas defendem ser necessário um maior monitoramento de áreas propensas a deslizamentos no Paraná, especialmente no litoral, onde, com frequência, costumam ocorrer este tipo de evento. As rodovias em regiões de montanha sempre exigem um monitoramento frequente para poder perceber e antecipar situações que possam evoluir para um deslizamento.

Estas áreas estão sempre sujeitas a deslizamentos, especialmente nas ocasiões de chuvas intensas. Nesse tipo de situação é necessário bastante cuidado e atenção. As mudanças climáticas têm sido profundas, causando precipitações intensas e muitas vezes, imprevisíveis. 

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