Editorial
Estiagem severa exige conduta responsável
Da Redação | 24 de dezembro de 2021 - 02:32
Ao decretar o reconhecimento da continuidade de emergência hídrica em todo o Estado do Paraná, autorizando as companhias de saneamento a implantarem rodízio nas cidades em que o sistema de abastecimento está comprometido pela estiagem, o Governo do Paraná sinaliza uma situação extremamente grave: pode faltar água potável no Estado. O documento de número 9.989 é o sexto assinado pelo governador em função da estiagem severa que perdura no Paraná há mais de dois anos.
O alerta vale também para Ponta Grossa. Além de priorizar a água para abastecimento público, o decreto orienta os usuários a reduzirem o consumo, fazendo uso racional da água.
Não é apenas o abastecimento de água que fica comprometido com a falta de chuvas. A estiagem é ruim para o meio ambiente, aumenta o risco de queimadas, reduz a qualidade do ar, causando vários problemas respiratórios em um momento em que o mundo todo se preocupa com a Covid-19, e traz impactos para a economia, afetando a agricultura, a produção industrial e o fornecimento de energia.
Atualmente, cerca de 750 mil pessoas estão em rodízio diariamente. Como as medidas ainda são insuficientes, a Sanepar deve endurecer ainda mais este sistema. No restante do Estado, o abastecimento tem se mantido normal. Na Região Oeste, em Medianeira, há uma situação mais crítica, com avaliações periódicas para definir se haverá ou não rodízio.
Outro problema diz respeitos aos rios e lagos, que estão com menor vazão. A falta de água nos corpos hídricos aumenta a concentração de poluentes, como se o rio não pudesse dissolver essas partículas. É um problema sério que causa falta de oxigênio na água, aumentando a mortalidade dos peixes e trazendo um custo maior para o tratamento sanitário.
Outro setor afetado pela estiagem é o de energia, já que a falta de chuvas interfere no armazenamento dos reservatórios das hidrelétricas. Na região Sul do Estado, a Copel registrou o pior nível dos últimos 20 anos nos lagos de suas usinas. Porém, mesmo com a situação preocupante dos reservatórios, não há risco de falta de energia, porque o suprimento para a região Sul do Brasil é complementado com energia proveniente do Sudeste.