Editorial
Choque de realidade contra a crise da pandemia
Da Redação | 16 de março de 2021 - 01:35
Muito embora não confirme, a implantação um novo lockdown,
em Ponta Grossa, a partir desta quarta-feira (17), é uma decisão já tomada pela
prefeita Elizabeth Schmidt. Ela já teria, inclusive, mandado um recado ao setor
produtivo da cidade, como forma de alertá-los. O assunto é polêmico e divide
opiniões. A questão é: apenas o confinamento da população seria suficiente para
frear a crescente alta nos números de óbitos e contaminações? E as pessoas que
ficarão em casa terão algum tipo de ajuda?
Ponta Grossa passa por um momento muito grave. Faltam leitos
de UTI, os profissionais estão exaustos e as pessoas estão sofrendo à espera de
vaga. São necessárias ações efetivas e imediatas para ampliar o atendimento e
também para socorrer financeiramente as instituições. A autorização para o
credenciamento de leitos, feito pelo Ministério da Saúde, é de fundamental
importância para a prestação do serviço.
O caso é muito complexo. A pressão não é mais só dos casos
agudos de coronavírus. Existe, agora, todos os casos acumulados do ano passado,
que não puderam ter atendimento por causa dos hospitais lotados. E há também um
número enorme de pacientes com sequelas da covid-19 que vão precisar de
atendimento médico. São duas enormes demandas por serviços médicos, internações
e unidades de terapia intensiva. E ainda há um terceiro grupo, que são de todas
as doenças que estão represadas. Pacientes que estão sofrendo de doenças
crônicas e agudas e precisam de cuidados médicos.
A força de trabalho, ou seja, quem pode produzir para que seja
possível comer, vestir e morar, está contraindo a Cov-19 e sendo internada nos
hospitais, quando encontram vaga, ou morrendo precocemente por causa da doença.
Todavia os idosos, que já não trabalham e podem perfeitamente permanecer
isolados em casa, estão sendo vacinados. E não há vacina para todos.
Existem algumas particularidades muito específicas dessa
segunda onda. Ronda uma cepa que é mais transmissível, o que significa que mais
pessoas serão infectadas. Além disso, há um número de jovens e crianças
afetados que está aumentando proporcionalmente. Em Ponta Grossa, por exemplo, as
autoridades sanitárias investigam a morte de uma criança de 5 anos,
supostamente pela covid.