O trânsito e os seus números

Cidades crescem e o número da frota circulante aumenta a cada ano. Na mesma proporção, é visível a irresponsabilidade de pessoas – seja condutor ou pedestre -, que não cooperam para um trânsito mais seguro. Nas ruas, pedestres ignoram as faixas de segurança e aventuram-se entre os veículos. Em outro cenário, são os motoristas que não têm comprometimento em seguir às regras de trânsito. E muitos deles, dirigem sob efeito de álcool ou outra droga qualquer.

Todo no ano, no mês setembro, acontece a Semana Nacional de Trânsito. Objetivo é chamar a atenção da sociedade sobre a conduta e atitudes corretas para manter um trânsito seguro e valorizar a vida. O problema é que as mensagens propositivos geralmente são ignoradas por dois personagens principais - motoristas e pedestres.

O Brasil perdeu 479.857 vidas no trânsito entre 2007 e 2018. O custo desses acidentes chegou a R$ 1,584 trilhão, segundo o estudo Impactos Socioeconômicos dos acidentes de transporte no Brasil, divulgado ontem (22) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

Essa pesquisa contabiliza pedestres, motociclistas, acidentados em automóveis, ciclistas, e ainda meios de transporte aquaviários, ferroviários e aéreos. A avaliação considera uma série de fatores, como quantidade de indenizações pagas por morte e por categoria de veículos. A maior parte das vítimas são jovens de 18 a 34 anos, mas também foram constatados dados bastante elevados de acidentes com idosos, principalmente devido à reduzida capacidade em atravessar a rua com segurança, por exemplo.

Com o tema “No trânsito, todos fazem parte do grupo de risco”, a intenção é mostrar que mesmo depois de a pandemia passar, o trânsito ainda vai continuar fazendo vítimas e sem preferências.

O trânsito não perdoa falhas ou irresponsabilidades. Este cenário de acidentes, mortes e feridos só vai mudar a partir de uma consciência maior de toda a sociedade.