O vírus avança para o interior

A luta contra o coronavírus ainda está longe de ser vencida. A pandemia já espalhou por 71,5% das regiões brasileiras e avança em direção às cidades do interior, onde há menor oferta de Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs) e respiradores. Casos já estão sendo notificados em municípios menores dos Campos Gerais.

Esta interiorização aconteceu porque o Brasil não conseguiu conter a disseminação da doença dos grandes centros para as cidades menores, e isso vai gerar uma pressão sobre os sistemas de saúde. A doença já é registrada em 100% das regiões mais populosas, e que o número de regiões menores com casos confirmados mais do que triplicou.

No Paraná, em apenas um mês, de 03 de abril a 03 de maio, a interiorização do coronavírus saltou 137,5%, de 56 municípios para 133. Na comparação com o boletim que registrou os primeiros casos no Estado, em 12 de março, o crescimento foi de 6.550%, de 2 para 133 municípios em 53 dias.

É importante destacar que 50% das regiões de até 100 mil habitantes não têm leitos de unidades de terapia intensiva (UTI) e, quando considerada a presença de respiradores nos serviços de saúde públicos, as cidades menores também ficam atrás das maiores. Enquanto as regiões com mais de 500 mil habitantes têm, em média, quase 20 respiradores no Sistema Único de Saúde - SUS - para cada 10 mil habitantes, entre as regiões de 20 mil a 100 mil habitantes este número gira em torno da metade. 

Outro ponto importante é a necessidade de discutir as medidas de isolamento e afrouxamento de forma conjunta, já que a circulação em uma cidade da mesma região pode fazer com a doença volte a um município.

Em Ponta Grossa, até o momento, não ocorreram mortes. A preocupação é que ainda estamos longe do pico da curva doença, que pode ocorrer entre 11 e 25 de julho.