Editorial
Quanto vale uma vida?
Fernando Rogala | 28 de fevereiro de 2020 - 01:01
Todo ano é a mesma coisa. Campanhas preventivas nos meios de
comunicação, nas estradas, sobre a prevenção e os cuidados para evitar
acidentes nas estradas durante os feriados prolongados. Sempre há a esperança
para a redução no número de mortos – afinal são vidas, famílias em momento de
diversão, ou que foram ou estiveram no encontro de entes queridos. Porém, não
houve redução neste ano: nas rodovias estaduais no Paraná houve um aumento de oito,
em 2019, para 11 em 2020. Onze vidas perdidas.
O detalhe é que a maior parte dos acidentes são resultados
de imprudência. Excesso de velocidade, ultrapassagem em locais proibidos, o
fato de não manter a distância mínima para o carro da frente. Há falhas
mecânicas, é claro, mas outros fatores externos como baixa visibilidade,
aquaplanagem, não podem ser aceitos como desculpa, afinal, basta reduzir a
velocidade.
Nos Campos Gerais houve uma queda 16% no número de
acidentes, o que é bastante positivo, mas infelizmente duas vidas foram
perdidas e outras pessoas ficaram feridas em dois acidentes, um na BR-376 em
Tibagi e outro em Ventania, na BR-153. Em 2019, também foram dois mortos em
acidentes na região.
Em todo Paraná, 164 pessoas ficaram feridas entre sexta-feira (21) e quarta-feira (26), em acidentes. Chama a atenção o fato de que 144 motoristas forem presos no estado nas rodovias dirigindo sob efeito de bebidas alcoólicas – é o equivalente a um caso de embriaguez ao volante a cada 60 minutos de operação. Isso é algo inaceitável.
Cabe a cada um respeitar os limites, seguir as
recomendações, sem que passe por um momento traumático ou tenha uma perda de um
ente querido em um acidente. As leis de trânsito são feitas para serem
respeitadas. Ganhar alguns minutos na viagem não valem mais que uma vida, seja
a sua vida ou a vida de pessoas de outras famílias.