Editorial
Cidadão desesperançoso
Da Redação | 14 de novembro de 2019 - 03:32
É possível que ao sair do PSL para criar o Aliança Pelo Brasil, o presidente Jair Bolsonaro pode estar abrindo precedentes para potencializar os problemas em seu governo. O Brasil patina na crise e trava uma guerra verbal. Todo dia tem uma polêmica. A todo momento aparece uma discórdia para aborrecer ainda mais brasileiro, que está desempregado e desesperançoso.
O que vai mudar na vida do brasileiro este novo partido político? Absolutamente nada. Atualmente, o Brasil tem 32 partidos políticos legalizados no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). É mais uma agremiação que vai disputar o dinheiro do Fundo Partidário, que é a verba pública vinda da União e de multas eleitorais destinada ao financiamento dos partidos políticos.
Segundo o TSE, em 2009 esse valor era de R$ 155 milhões e, em 2018, chegou a R$ 780 milhões. Se colocarmos lado a lado o dinheiro recebido pelos maiores partidos, este dado fica ainda mais alarmante: em 2018, o PT recebeu mais de R$ 103 milhões, enquanto o PSDB recebeu R$ 85 milhões e o MDB R$ 83 milhões. E quanto vai querer o partido criado pelo presidente?
É indiscutível que um dos principais elementos de uma democracia é a possibilidade de formação de blocos que pode ser em torno de um ideal político, em defesa de uma classe ou outros itens de motivação política. Esses blocos são conhecidos como partidos políticos e no Brasil a quantidade deles é grande e não dá sinais que irão diminuir.
Tem em quantidade, a qualidade é contestável e a ideologia é questionável. O Brasil não precisa de mais partidos políticos. Necessita, sim, de direção, de projetos e de ações que o consolidem como uma grande nação. O cidadão está sendo asfixiado e desmotivado com a vida política do país.