Editorial
Corredor da morte
Da Redação | 03 de setembro de 2019 - 03:29
Muito embora nefasto, o título ‘Corredor da morte’ para
se referir à Avenida Souza Naves – perímetro urbano da BR-373, em Ponta Grossa, é
o mais apropriado. O trecho é um dos mais perigosos de toda a malha viária
paranaense. É recordista em atropelamentos. Ontem, um trabalhador morreu.
A tragédia dessa segunda-feira precede outras dezenas de acidentes graves neste
importante trecho.
Muito se promete e pouco se faz. Em 2016, por exemplo,
deputados que representavam Ponta Grossa na Assembleia Legislativa aprovaram um
pacote de obras para a Souza Naves de R$27 milhões. Neste valor incluíam-se
duas novas passarelas, viadutos de retorno, um canteiro central e o alargamento
do perímetro urbano Conforme requerimento dos parlamentares, as seis obras deveriam
ser incluídas no contrato de concessão da Rodonorte e os custos absorvidos pela
tarifa do pedágio.
Este pacote contempla não apenas as obras emergenciais como
o canteiro central de 7,2 quilômetros e a faixa de acostamento para suprir a
faixa perdida com o canteiro, mas também as duas novas passarelas metálicas e
dois viadutos de retorno, próximos às vilas Borato e Bocaina. Tudo isso nunca
saiu do papel. Foram apenas discursos. Além do que o contrato com a Rodonorte
não será renovado.
O poder público precisa ter uma percepção diferenciada das
características e particularidades da Souza Naves para definir ações. Obras são
necessárias. Mas, nenhuma ação atingirá seus objetivos que não houver a
participação da Polícia Rodoviária Federal – responsável pela fiscalização do
trecho – e da própria concessionária.
O trecho é muito perigoso. Neste ano, segundo a PRF, foram
31 acidentes registrados com 27 feridos e 6 mortos. Além de obras e reforço da
fiscalização, o motorista e o pedestre
devem redobrar atenção. O respeito ao limite de velocidade é essencial. Já os
pedestres, precisam usar as passarelas para a transposição das pistas.