Governo sob pressão

O governador Carlos Massa Ratinho Junior terá seu primeiro teste de fogo, à frente do Paraná, a partir de terça-feira, quando os servidores do Estado prometem paralisar as atividades. O anúncio de greve tem ecoado mais forte na classe dos professores. O diferencial desta vez é que os quarteis da Polícia Militar poderão ser fechados pelas mulheres dos policiais e pelo pessoal da reserva.

A data-base do reajuste anual dos servidores públicos paranaenses vence em maio. Os funcionários do Executivo – que estão com os salários congelados desde 2016 e acumulam perdas de 17% - reivindicam a reposição da inflação dos últimos doze meses. Em entrevista coletiva, Ratinho Junior afirmou que o seu desejo é dar o reajuste aos servidores, a data-base, mas que o problema é que o governo não tem dinheiro.

Reforçou que não está medindo esforços para construir um projeto que permita, daqui a alguns meses ou no ano que vem, dar reajuste aos funcionários. Afirmou que, como governador, sua responsabilidade é cuidar do equilíbrio e garantir saúde financeira ao Estado.

Recentemente, o Fórum das Entidades Sindicais do Paraná (FES) apresentou ao secretário de Administração e Previdência do Estado (Seap), Reinhold Stephanes, estudos atualizados que comprovariam a capacidade financeira do Estado de promover o reajuste. As entidades solicitam o pagamento dos 11,53% atrasados mais a previsão de 4,22% (referente a previsão sobre o acumulado da inflação referente ao último ano). Uma dívida que totalizará algo muito perto dos 16,24%.

O governador diz que o governo procura ações periféricas para colaborar com o servidor, mas sem colocar em risco a saúde financeira do Estado. Ratinho Junior argumenta que não existe a possibilidade de reajuste, porque representaria quase R$ 1 bilhão a mais de gastos. Isso exigiria aumento de arrecadação e a população já paga muito imposto.