Educação ameaçada

O governo Jair Bolsonaro (PSL) continua a sofrer desgaste desnecessário frente à opinião pública pela forma autoritária como toma decisões. O Ministério da Educação afirmou que o bloqueio de 30% na verba das instituições de ensino federais vai valer para todas as universidades e todos os institutos. O anúncio foi feito depois das reações críticas ao corte de verba de três universidades que tinham sido palco de manifestações públicas: a Universidade de Brasília, a Universidade Federal Fluminense e a Universidade Federal da Bahia.

A Universidade Federal do Paraná (UFPR) divulgou, em nota publicada na quinta-feira (2), que pode parar completamente as atividades em agosto, caso Ministério da Educação mantenha o bloqueio de verbas de custeio. A partir de agosto, a universidade não teria mais como pagar luz, água, telefone e os contratos com terceirizadas, entre outros serviços. De acordo com o comunicado oficial, a UFPR perdeu R$ 48 milhões de sua verba de custeio, cerca de 30% do valor total do orçamento para o ano.

Reportagem do portal aRede e do JM mostra que em Ponta Grossa, a diretoria-geral tinha um orçamento inicial previsto em R$ 7 milhões para 2019, mas o valor deve ser consideravelmente reduzido por conta da diminuição dos repasses do governo do Estado. Caso a reitoria da UTFPR opte por retirar os mesmos 30% de todos os campi, a perda em Ponta Grossa será de R$ 2,1 milhões. Serão realizadas readequações para que o impacto seja o menor possível, principalmente visando a qualidade de ensino e os alunos.

A redução nos repasses por parte do MEC deve incidir sobre a verba prevista para o segundo semestre. A justificativa para o corte, segundo o ministério, foi a redução promovida pelo governo de R$ 5,8 bilhões no orçamento da pasta. Educação não é gasto. Educação é investimento. Que o presidente venha a pública e dê uma contraordem dessa decisão.