Dinheiro
Arrecadação federal cresce e atinge R$ 4,37 bi
Fernando Rogala | 25 de janeiro de 2019 - 03:44
Incremento nominal foi de 9,36% na comparação com 2017. Dezembro registrou o maior valor arrecadado para um mês, com R$ 444 milhões
Como um termômetro da economia, a arrecadação de tributos
federais mostra a evolução dos indicadores empresariais. E o resultado obtido
pela região dos Campos Gerais e municípios vizinhos, os 61 que abrangem a
circunscrição da delegacia da Receita Federal do Brasil em Ponta Grossa, mostra
que 2018 foi bastante positivo: ao passar de exatos R$ 4 bilhões para R$ 4,378
bilhões, houve um incremento nominal de 9,36%, do qual já descontada a
inflação, representa um aumento de 5,6%. É um montante superior à média
nacional, que cresceu 4,7% e um pouco mais distante do PIB, estimado para
evoluiu 1% em relação a 2017. Os valores da arrecadação foram divulgados na
manhã desta quinta-feira (24).
O delegado da Receita Federal em Ponta Grossa, Demetrius de
Moura Soares, revela que era esperado essa alta, na casa dos R$ 300 milhões,
desde o início do ano passado. Era a projeção que atingisse R$ 4,3 bilhões. “Então
superou as expectativas, ligeiramente. Mas ainda assim dentro do que
esperávamos, considerando o nosso processo de recuperação econômica que
estávamos vivendo”, antecipou. Em todos os meses, a região apresentou uma alta
real na arrecadação. Entre janeiro e dezembro, em sete meses o incremento
nominal foi igual ou superior a 10%, sendo justamente dezembro um dos
percentuais mais altos, com uma alta nominal de 13,46%, atrás apenas de abril
(13,59%) e maio (13,81%).
Dezembro, aliás, foi o mês com o maior valor nominal da
história, com o recolhimento de R$ 444 milhões, um recorde para a delegacia
regional. Em diversos indicadores houveram alta expressiva em dezembro,
comparado com o mesmo mês de 2017, como os 44,2% em IPI (de R$ 21,7 milhões
para R$ 31,3 milhões), os 45% na CSLL (de R$ 14 milhões para R$ 20,4 milhões) e
os 59% do IRPJ (de R$ 27,1 milhões para R$ 43,2 milhões). No ano, o IRPJ
cresceu 18,1% e a CSLL 14,9%. “São impostos e contribuições que incidem sobre o
lucros das empresas. Então esse aumento é um indicativo que houve um aumento no
lucro delas”, informa. “O otimismo da indústria também está em alta, então tudo
anda junto”, completa.
Além da própria reação da economia em nível regional e
nacional, Soares destacou as ações que a Receita Federal realiza, que resultaram
positivamente no final. “São ações de cobrança, decisões de parcelamento quando
contribuintes deixam de pagar parcelas. São fiscalizações de alta performance,
como dizemos, quando a Receita Federal identifica um comportamento atípico na
arrecadação em determinado segmento, e ela atua incentivando os contribuinte a
regularizarem suas situações fiscais”, alega.
Comércio lidera recolhimento de impostos
A arrecadação fazendária cresceu 8,3%, atingindo R$ 2,22
bilhões, enquanto que as previdenciárias aumentaram 10,6%, chegando a 2,15
bilhões. Esta última, lembra Soares, está ligada à alta na contratação de
pessoas, conforme mostraram os números do Caged. Já as fazendárias são reflexo
de diversos setores que incrementaram sua participação. Os seis principais
setores correspondem a cerca de 50% da arrecadação regional. O que mais gerou
dividendos foi o comércio varejista, que chegou a 15,3%. Na sequência aparecem
armazenamento e transporte, com 14,7%, comércio atacadista, com 7,1%,
fabricação de celulose e papel, com 6,3% e, depois, a fabricação de produtos de
madeira, com 6,2%.