Dinheiro
Empresas de PG exportam R$ 1 bi no primeiro semestre
Com o impacto da greve dos caminhoneiros, comércio de produtos com o exterior caiu no mês de junho
Da Redação | 10 de julho de 2018 - 10:26
A greve dos caminhoneiros e a implantação da tabela mínima
de fretes impactaram diretamente as exportações ponta-grossenses no mês de
junho. O valor atingido foi de US$ 28,6 milhões, ou seja, o equivalente a R$
110,9 milhões (com a conversão baseada em R$ 3,877, com a cotação do último dia
de junho), o menor montante nos últimos 18 meses. Junho, porém, foi o mês em
que as exportações atingiram a marca de R$ 1 bilhão (US$ 258,5 milhões), nos
últimos dias. Os valores foram divulgados pelo Ministério da Indústria,
Comércio Exterior e Serviços.
Na comparação com o mesmo período no ano anterior, as
exportações seguem em queda. No primeiro semestre de 2017 o envio de produtos
para o exterior foi três vezes maior, de US$ 784,6 milhões, ou seja, o
equivalente a R$ 3,04 bilhões. Em percentual, a baixa nesse ano atingiu a marca
de 67%. Na comparação mensal, os R$ 110 milhões exportados no sexto mês deste
ano foram quase 40% inferiores aos R$ 182,6 milhões de maio e 75,1% mais baixo
que os R$ 446,7 milhões do mês de junho em 2017.
Com a adoção da tabela de fretes, em alguns casos, o preço
do transporte mais do que dobrou de preço. Por esse motivo, Ponta Grossa, que
tem suas exportações baseadas no polo moageiro, seja da soja ou do milho,
sofreu uma retração, já que as empresas seguraram o transporte dos grãos, que
esperavam o resultado de reuniões sobre o tema, em Brasília. A capacidade de
moagem, com isso, também foi reduzida em Ponta Grossa. Já em relação à greve, o
impacto ocorreu porque a greve terminou no último dia de maio, havendo um atraso
nos contratos e reagendamento de novos.
As embalagens produzida pela Tetra Pak foram os produtos
individuais mais exportados no acumulado desse primeiro semestre. A soma foi de
R$ 226,2 milhões, ou 56,3% superior aos R$ 144,7 milhões registrados no mesmo
período de 2017. Na segunda colocação aparecem os resíduos sólidos resultantes
da extração do óleo de soja, somando R$ 163,1 milhões. Se somados, porém, todos
os produtos relacionados ao grão (complexo soja), o que inclui o óleo de soja e
o próprio grão em si, são R$ 312 milhões exportados, ou seja, quase um terço do
montante total comercializado para outros países.
Mercosul é o
principal mercado
Em relação aos países destino das exportações, destaque para
o Paraguai, que aparece na liderança. O país que compõe o Mercosul foi
responsável por absorver R$ 142,2 milhões dos produtos comercializados, ou
seja, o equivalente a 14,2%. A China, historicamente o principal destino dos produtos
ponta-grossenses, aparece na segunda colocação, com R$ 105,2 milhões recebidos.
Outros três países da América Latina aparecem no ‘Top 6’ dos destinos:
Argentina na terceira colocação, Chile na quinta e Venezuela na sexta. A Coreia
do Sul foi a quarta colocada.
Balança comercial tem
superavit de R$ 232,5 milhões
Ao contrato das exportações, as importações mantiveram-se
praticamente no mesmo patamar neste primeiro semestre, na comparação com o ano
passado. No total, foram R$ 769 milhões recebidos de outros países, contra R$
779 milhões do registrado no ano passado. Porém, como não poderia ser
diferente, junho foi impactado pela greve: segundo menor valor do ano e uma queda
de 45,2% na comparação com o mesmo mês de 2017. Por esse fato, com queda nas
exportações e mantendo as importações, o saldo da balança comercial teve grande
retração. Os R$ 2,2 bilhões registrados no ano passado foram reduzidos para R$
232,5 milhões, ou seja, caiu quase nove vezes (ou seja, o equivalente a 10,2%).
Queda nacional
A redução nas exportação não foi um caso isolado em Ponta
Grossa. O Ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Marcos Jorge,
revelou que o impacto da greve nas exportações brasileiras foi de uma redução
de 30%, na comparação com períodos anteriores e posteriores à mobilização.
Mesmo com esse impacto, o valor exportado no primeiro semestre foi de US$ 113
bilhões, ou R$ 437,3 bilhões, o maior montante para o período desde 2013.