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Petrobras anuncia alta e motoristas reforçam protestos

Paralisações nos Campos Gerais foram registradas em três rodovias. Mobilização segue por tempo indeterminado

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Caminhoneiros de diversos estados brasileiros paralisaram, nesta segunda-feira (21), suas atividades. Na região dos Campos Gerais não foi diferente: desde as 6h os motoristas profissionais iniciaram seus protestos, seja em postos de combustíveis ou às margens das rodovias, em Ponta Grossa (BR-376), Jaguariaíva, Castro, Carambeí, Piraí do Sul (PR-151) e Telêmaco Borba (PR-160). O movimento faz parte da greve geral, convocada em nível nacional pelos caminhoneiros autônomos, os quais cobram do Governo Federal a resposta para uma série de reivindicações, dentre as quais, encabeçam questões relativas aos pedágios e ao valor do diesel. Não há previsão para o fim da mobilização. 

Presidente do Sindicato dos Transportadores Autônomos de Cargas de Ponta Grossa e dos Campos Gerais (Sinditac), Neori ‘Tigrão’ Leobet, em entrevista ao vivo, na tarde desta segunda-feira, no Portal aRede, revelou que a mobilização nos Campos Gerais foi uma das pioneiras no país, já que a pauta, com sete reivindicações, foi uma das primeiras entregues junto ao Governo Federal, em Brasília, no dia 15 de maio, com protocolos no legislativo e no executivo. “Então toda a classe política hoje sabe da pauta com as reivindicações do Sindicato de Ponta Grossa”, revela. Embora seja uma mobilização dos caminhoneiros autônomos, Tigrão afirmou que inúmeras transportadoras demonstraram apoio, inclusive o Sindiponta, que é o Sindicato das Empresas Transportadoras de Cargas de Ponta Grossa e Região. 

Antônio Carlos Ferreira de Lima, mais conhecido como Coca, caminhoneiro autônomo que também participou do ao vivo, ressaltou as dificuldades em se cumprir um frete com os reajustes constantes do diesel. “Um motorista que faz frete para o Nordeste, se ele carrega um caminhão aqui, por exemplo, para ir para Fortaleza, no Ceará, dependendo da situação, vai encontrar até quatro reajustes até o final da viagem. Então veja que o lucro que teria já deixou nos postos de combustíveis”, disse. Segundo Tigrão, o preço dos combustíveis representa entre 60% e 62% do valor do frete. 

Caminhoneiro há 34 anos, José Carlos Cosmoski, que estava mobilizado na região do Distrito Industrial de Ponta Grossa, no Posto Torre Alta, explica que as mobilizações foram marcadas pelas redes sociais, especialmente pelo WhatsApp. “Diversos sindicatos de caminhoneiros levaram reivindicações e o governo não cede. E ainda anunciaram outra alta”, disse. Ele lembrou a forte adesão voluntária e a abordagem a outros caminhoneiros circulando, para aderirem e entrarem nos postos. “Nas rodovias não tem caminhão circulando na região. Temos vários postos com pátios cheios nos postos da BR-376”, disse. 

Sobre o fim das paralisações, Cosmoski disse que os caminhoneiros estão preparados para continuar mobilizados, que não terminará enquanto o governo não acatar os pedidos da classe. “Nós marcamos a hora do início. Agora, o término, quem vai decidir é o governo federal”, completou Tigrão. A última posição que o presidente do Sinditac tinha de Brasília, ao final da tarde, era que o presidente chamou os ministérios para tentar encontrar uma solução.

Pauta elaborada pelo Sinditac engloba sete reivindicações

Como explica Tigrão, sete são as reivindicações do Sintac. “Nós levamos uma pauta com sete itens de reivindicações; mas os dois itens principais são o preço do óleo diesel e a não cobrança do eixo suspenso do caminhão vazio. Nós não concordamos com a maneira que o governo adotou dos aumentos do óleo diesel”, explicou Tigrão. Porém, lembrou outras, como a criação de uma tabela referência com valor mínimo por quilômetro rodado e condições para a renovação da frota, como carência para o início do pagamento, com financiamento em até 10 anos com juros subsidiados. “O caminhoneiro tem registro na AMTT e o próprio bem pode ficar de garantia”, destacou. 

Outro ponto é relacionado a um imposto estadual, o ICMS, sobre o qual Tigrão afirmou que haverá uma reunião com Cida Borghetti, com quem teve contato neste fim de semana. “A governadora disse que vai estudar uma maneira, que seria o crédito do ICMS do caminhoneiro autônomo, que hoje só as empresas tem”, completa. 

Decisão judicial é entregue nas mobilização 

Por volta das 15 horas, os caminhoneiros reunidos no Posto Brasil, receberam um mandado de interdito proibitório, da Segunda Vara Federal de Ponta Grossa e uma intimação da Justiça Federal do Paraná. Os documentos estavam sendo levados em todos os postos e pontos onde estavam reunidos os caminhoneiros, informando que não poderiam obstruir a rodovia. A multa que seria aplicada poderia chegar a R$ 100 mil por hora.

Porém, como ressaltou o caminhoneiro José Eduardo Tullio, que participava da mobilização, esse documento não impactavam neles, já que a paralisação estava dentro dos conformes. “A Juíza não está proibindo a greve, ela só pede para não haver interdição total e não cerceie o direito de ir e vir. Estamos nos postos aguardando o posicionamento do governo”, destaca.



Lideranças revelam apoio à mobilização

Autoridades políticas e outras classes também demonstraram apoio às manifestações. O Deputado Estadual Péricles de Holleben Mello (PT) afirmou que as reivindicações são justas. “O movimento de protesto dos caminhoneiros é vitorioso e correto e a população entende e apoia. Em 47 dias, o óleo diesel aumentou de preço em 21% e nos últimos 12 meses a alta acumulada é de 58%. Uma política de preços insana, fruto de uma ideologia neoliberal que tenta privatizar completamente a Petrobrás”, destacou.

O vereador Rudolf ‘Polaco’ (PPS), por sua vez, usou a tribuna da Câmara Municipal de Ponta Grossa (CMPG) para cobrar ‘união’ por parte das lideranças políticas. “Meu avô foi caminhoneiro e eu sei o que esses profissionais sentem”, disse. “Cada um aqui representa um grupo político, um partido. Peço a todos que cobrem seus representantes em Brasília para que o Governo Federal olhe com atenção para a demanda dos caminhoneiros que são profissionais fundamentais para o desenvolvimento do país”, completou.

Quem também prestou apoio aos transportadores autônomos foram os motoristas do aplicativo Uber em Ponta Grossa. Por volta das 15h40, diversos motoristas fizeram uma carreata, saindo do restaurante Estrela de Prata Executive em direção ao Distrito Industrial, onde estavam mobilizados os caminhoneiros. “Estamos fazendo uma carreata em apoio à mobilização dos caminhoneiros e contra o aumento abusivo dos combustíveis”, declarou o motorista Lauro.

Marcio Pauliki cobra posicionamento do Governo Federal

O deputado estadual Marcio Pauliki (SD), presidente da Comissão da Indústria, Comércio, Emprego e Renda da Assembleia Legislativa do Paraná, encaminhou um ofício ao Ministério dos Transportes cobrando um posicionamento do órgão sobre a greve dos caminhoneiros. Preocupado com o rumo da paralisação, Pauliki solicita informações sobre as reivindicações dos caminhoneiros. Segundo o deputado, todo aumento no custo dos transportes gera prejuízos para toda a sociedade. “Estes aumentos nos custos dos transportes gera um aumento em cadeia de meio produtivos e de produtos finais, atingindo toda população”, ressaltou o parlamentar.

Alta no diesel de 0,97% vale a partir desta terça

A Petrobras anunciou, nesta segunda-feira (21), mais uma alta no preço dos combustíveis. Com a medida, a partir desta terça-feira, dia 22, a gasolina estará 0,9% mais cara nas refinarias, enquanto que o diesel 0,97%. Com esse incremento, o preço da gasolina passará a custar R$ 2,086, em média, enquanto o do óleo diesel sobe para R$ 2,371, em média nas refinarias. Nos últimos 17 dias foram 11 aumentos registrados.

Desde o início do mês, o aumento percentual em ambos os combustíveis, que são comercializados com base no preço internacional desde meados do ano passado, já passou da casa dos dois dígitos. Enquanto que a gasolina subiu 16,07% no acumulado do mês de maio, o óleo diesel acumula 12,3% de incremento desde o primeiro dia de maio.

Em nota, a Petrobras afirmou que essas altas estão relacionadas às oscilações do preço do barril do petróleo, e que essa variação é importante para que a empresa possa competir de forma eficiente no mercado nacional. “Os combustíveis derivados de petróleo são commodities e têm seus preços atrelados aos mercados internacionais, cujas cotações variam diariamente, para cima e para baixo”, informou a empresa. 

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