Debates
Como a tecnologia auxilia na prevenção de fraudes bancárias
Da Redação | 13 de maio de 2022 - 01:50
Por Cassiano Cavalcanti
Muito tem se falado sobre a Biometria Comportamental e como
ela tem mudado a perspectiva na detecção e prevenção de fraudes. A biometria
comportamental analisa o comportamento cognitivo e físico do usuário digital
para distinguir as atividades de cibercriminosos e de clientes legítimos,
identificando os fraudadores e possíveis roubos de identidade. A detecção é
possível porque usuários legítimos e fraudadores interagem diferentemente
quando utilizam as plataformas digitais, como aplicativos de banco ou abrindo
uma conta digital.
Geralmente, fraudadores copiam e colam dados, enquanto
clientes digitam seus próprios dados. Este é apenas um simples exemplo, pois
detectar anomalias comportamentais é muito mais complicado que isto.
Ao contrário da biometria baseada em traços biológicos
estáticos, ou imutáveis, como uma impressão digital, a biometria comportamental
analisa as ações de um cliente continuamente e de forma transparente. A biometria
comportamental analisa os padrões de movimento de uma pessoa durante uma sessão
e compara constantemente com o comportamento passado e mantêm esta avaliação
durante toda a jornada na aplicação do banco, reforçando a proteção contra
fraudes.
Por meio de algoritmos avançados de Machine
Learning para analisar padrões, a biometria comportamental consegue
detectar se a pessoa está se comportando de acordo com seu perfil, como um
fraudador ou mesmo se é um ataque automatizado, como BOT (diminutivo de robot)
ou RAT (Remote Access Tool). Para realizar essa análise, são coletados dados do
mouse, teclado, touchscreen e do dispositivo, como velocidade, tempo
de digitação, tamanho e força da pressão, orientação, atalhos, etc.
Apesar de analisar milhares de parâmetros, a biometria
comportamental deve ser transparente para os clientes, seja na web ou
no mobile, pois a análise da forma como a pessoa segura o telefone ou
salta entre campos é um processo passivo. A biometria comportamental deve ser
de uma forma transparente sem nenhum impacto negativo para o consumidor,
melhorando a experiência do cliente, o que é um objetivo de muitas instituições
financeiras, além de prevenir fraudes.
Ao longo do tempo, os métodos e golpes aplicados pelos
cibercriminosos evoluíram especialmente para enganar os sistemas tradicionais
de prevenção, como dados transacionais e do dispositivo. Os malwares,
BOTs, RATs e outras tecnologias ficaram mais eficientes e demonstraram a
fragilidade das senhas, OTP (one-time password) e outros métodos de
autenticação. Neste cenário complexo, a biometria comportamental identifica
padrões não-humanos e anomalias em relação a usuários legítimos ou aos
proprietários das credenciais – um método que não pode ser roubado ou copiado.
A biometria comportamental tem sido utilizada para proteger
adultos vulneráveis por meio da análise da idade, reduzindo o atrito aos
usuários e abrindo portas para a inovação com o aumento da segurança nos canais
digitais. Seja como solução única ou como uma camada na esteira de prevenção a
fraudes, a biometria comportamental tem se destacado através de resultados
incríveis para proteção de contas ou solicitação de novas. Funciona em segundo
plano, sem pedir ao cliente que execute nenhum passo adicional de
autenticação.
Como resultado, a biometria comportamental é uma experiência
positiva para os clientes, porque cada indivíduo tem um perfil específico dos
seus hábitos e movimentos, que são constantemente comparados à atividade que
estão a realizar durante uma sessão e são difíceis de duplicar.
É fundamental que os bancos e instituições financeiras
tenham conhecimento sobre a tecnologia e explorem o potencial da biometria
comportamental durante a jornada de seus clientes para aumentar a proteção de
seus canais digitais e criar um ambiente mais seguro e sem fricção.
Cassiano Cavalcanti, diretor de Pré-vendas da BioCatch na
América Latina