Debates
O Plano de Contingência Guarapuavano: a mentira sem fim
Da Redação | 23 de abril de 2022 - 00:17
Por Marcos Lins Condolo
Sabidamente as organizações militares, etimologicamente, têm
sua funcionalidade orientada por um verdadeiro cipoal de normas, diretrizes,
planos, estudos, portarias e ordens, a fim de determinar a eficiência, eficácia
e efetividade das ações estratégicas desenvolvidas habitualmente.
No plano da segurança pública e especificamente das
atividades ligadas à Polícia Ostensiva de Preservação da Ordem Pública, missão
determinada pela Carta Republicana de 1988, a conduta adotada pelos Operadores
de Segurança Pública segue a mesma rotina de aplicação, levando-se sempre em
conta as características e princípios das atividades inerentes à sua
competência constitucional.
Diante da recente escalada da violência e criminalidade em
nossa região, o ataque terrorista protagonizado no município de Guarapuava,
dotado de acurada coordenação e letalidade, que atingiu importante ponto
sensível de defesa e proteção social – o Quartel do 16º BPM, o que causou grave
comprometimento da Ordem Pública no último domingo de Páscoa; somente recebeu a
pronta resposta da força policial local, decorrente unicamente da conduta
individual, valorosa e intimorata do pequeno grupo de Militares Estaduais que
se encontra em serviço.
Muito embora, doutrinariamente, a força pública militar
estadual possua planejamento voltado à articulação operacional no território
paranaense, objetivando essencialmente realizar a imediata manobra dos recursos
disponíveis, aos fins de retomar a tranquilidade social; na fatídica noite em
que se impôs o terror na comunidade guarapuavana, não havia escalonamento de
esforços operacionais para rechaçar as ações violentas promovida pela célula
terrorista.
As informações coletadas e levadas a público junto ao 16º
Batalhão, são incontestes e desmontam a versão mendaz oficialmente apresentada
pela Secretaria de Segurança Pública. Há diversas circunstâncias que comprovam
essa assertiva, tais como: (1) A Unidade Militar de Guarapuava foi atacada pelo
grupo terrorista, tendo disparado uma saraivada de tiros contra o
aquartelamento, a fim de neutralizar qualquer possibilidade de reação. (2)
Concomitante, ação de emboscada praticada contra o grupo tático da PM, quando
deixava a sede do 16º BPM, ocasião em que os terroristas utilizaram armamento
típico de guerra convencional, vitimando três Militares Estaduais. (3) Ação
coordenada de ataque simultâneo a duas instituições distintas (quartel da PM e a
transportadora de valores), a fim de desarticular qualquer ação dissuasora de
polícia repressiva. (4) Pronta desarticulação da célula terrorista, que não
deixou qualquer vestígio de fuga. (5) Acionamento posterior de diversas
Unidades Policiais Militares de outras áreas do Estado, para atuarem no
polígono do evento, inclusive do longínquo Batalhão de Polícia de Fronteira,
sediado em Foz do Iguaçu.
Por tudo isto, pode-se afirmar categoricamente que não havia
planejamento prévio (Plano de Contingência), a ser executado pelos valorosos
Militares Estaduais que realizaram a primeira intervenção na crise, provocada
pela célula terrorista que barbarizou Guarapuava.
Marcos Lins Condolo – Colaborador JM