Debates
Fome no Brasil; pobre país
Da Redação | 03 de agosto de 2021 - 11:35
Por Rosalvi Monteagudo
No Brasil milhões de pessoas, sem renda, passam fome apesar de ser o maior potencial agrícola do mundo. Como o povo brasileiro passa fome se colhem safras recordes? Isto causa espanto porque a oferta de alimento é muito grande. A fome leva a destruição de um país e o problema é que o Brasil é o segundo maior produtor de alimento e tem capacidade para alimentar o mundo.
A fome é o estado em que alguém se acha sem alimentação,
pois o que consomem não é o que basta para despender a energia para suas
atividades. Muitos no mundo estão em extrema pobreza e miséria tendo como
resultado a fome e a subnutrição; nos países mais pobres do globo a desigualdade
social tem como consequência a desnutrição. Isto é indispensável para o ser
humano. Há vários anos o Brasil saiu do mapa da fome da Organização das Nações
Unidas (ONU) e a fome voltou.
Na pandemia, a favela está passando por problemas ou morre
de fome ou de covid19. O Brasil maior produtor de comida do mundo, e, seu povo
passa fome, pois não tem dinheiro para comprar comida devido o desemprego e
inflação que conduzem à calamidade pública.
Campanhas de solidariedade, igrejas, sindicatos, ONGs, grupos
civis, etc oferecem gratuitamente alimentos para as pessoas que vivem de modo
precário, tornando certa a sobrevivência de muita gente. No momento nas
favelas, infelizmente, diminuiu 82%, as doações de alimentos. Na comunidade não
há dinheiro para comprar comida, vivem de modo precário, pois não têm dinheiro
guardado nem doações..(jornal O Estado de São Paulo. 7/04/2021/ Notas e
Informações) A população da favela sofre consequência desta situação e estão
amargando a fome.
Na pandemia o grande problema da desigualdade social é que
deixou uma quantidade enorme de pobreza. O auxilio emergencial menor e tardio,
desemprego e inflação de alimentos causam danos aos mais de 19 milhões que
passam fome e mais de 116 milhões que vivem com problemas alimentares.
A fome no Brasil no período de 2018 e 2020 aumentou em 27,6%
e entre 2013 e 2018 não passava de 8%. O custo da alimentação subiu 0,59% em
julho, 3,23%, no ano e 10,81% em 12 meses, de acordo com a Fundação Getúlio
Vargas. Outro grande problema: temos 15 milhões de desempregados, seis milhões
de desalentados e cerca de 34 milhões de informais. A maior taxa de desemprego
do mundo capitalista, além do auxilio emergencial reduzido tem como
consequência o avanço da fome, infelizmente, a pandemia fez progredi-la.
No início de 2021 já estava com o consumo caindo, a
indústria submetida a uma das maiores taxas do desemprego. O fim do auxílio
emergencial a partir de setembro deixou milhões de pessoas sem renda e sem
possibilidade de melhora.
A pandemia acelerou a fome e trouxe consequências
desastrosas socioeconômicas, criando problemas que chegam a impulsionar o
roubo, “roubar para comer”.
“Em 2021 de acordo com o Banco Mundial que tem na conta de
pobre uma renda per capita de R$ 469 por mês quer dizer que serão 11 milhões de
pobres com auxilio emergencial reduzido, 61 milhões na pobreza e 13 milhões na
extrema pobreza, e devido o corona vírus se tornarão 5,4 a mais”, de acordo com
o Centro de Pesquisa em Macroeconomia da Desigualdade da USP..
Outra solução difícil é a falta de nutrientes, uma vez que
atualmente 67% reduziram a quantidade dos alimentos, além de 42% não alcançam
três refeições por dia por falta de recursos financeiros.
A desigualdade socioeconômica escancarada na pandemia exige
mais investimento na saúde, educação, transportes e auxilio emergencial, num
momento de grave crise fiscal.
Precisa sair dessa injustiça e reconsiderar os milhões de
necessitados e incluir a economia solidária; isto se quiser caminhar para um
mundo melhor.
A fome precisa de uma política adequada à situação da
pobreza. Há uma regressão. A pandemia causou o aumento da fome e a ação
emergencial é premente.
É preciso combater o neoliberalismo nos países pobres e
implementar as bases de uma nova economia humana, organizando o socioeconômico
e o meio ambiente, etc..
Em função do direito legítimo é preciso criar novas relações
de trabalho e de gestão de empresa para criar uma economia que envolva com
solidariedade para empreender a sustentabilidade.
A pandemia aumenta a gravidade da desigualdade
socioeconômica. É urgente gerar trabalho para diminuir a desigualdade e o
neocooperativismo é uma sugestão, além de ser necessário elaborar uma política
de abastecimento.
Rosalvi Monteagudo é contista, pesquisadora, professora, bibliotecária, assistente agropecuária, funcionária pública aposentada e articulista na internet.