Debates
Mediação e empatia: a marca das imobiliárias na pandemia
Da Redação | 16 de julho de 2021 - 02:59
Por Leonardo Baggio
A pandemia de Covid-19 chegou há pouco mais de um ano e tudo
indica que seus reflexos vão permanecer na sociedade por muito tempo ainda, com
alguns segmentos da economia sofrendo mais do que outros. Do ponto de vista
tecnológico, contudo, podemos afirmar que as empresas evoluíram e acompanharam
as necessidades impostas, lançando mão de novas ferramentas e também de muitas
que já estavam disponíveis, mas às quais não se dava tanta importância, como as
plataformas de reunião virtual.
A fase que vivemos agora é histórica, de transição social,
que envolve de maneira especial as relações entre empresas e clientes. O
distanciamento pode ser físico, mas a manutenção de um bom relacionamento é
mais necessária do que nunca para a sobrevivência dos negócios.
O ramo imobiliário é um exemplo, especialmente quando o
assunto são locações. Neste momento, zelo e atenção são imprescindíveis. Como
se famílias e empresários já não estivessem sofrendo o suficiente em razão da
crise sanitária, com o desemprego e fechamento de negócios, vimos o Índice
Geral de Preços-Mercado (IGP-M) encerrar 2020 com alta acumulada de 23,14%, a
mais forte em quase 20 anos. E ele segue crescendo. Nesta semana, o acumulado
em 12 meses do IGP-M chegou a 37%. Esse índice, não custa nada lembrar, é usado
para calcular o reajuste de aluguéis.
Mas apesar desse IGP-M galopante, temos conseguido manter o
mercado da locação saudável, usando inteligência e, principalmente, disposição
para realizar o contato real, ainda que virtual. As imobiliárias estão
aumentando suas equipes ou redimensionando setores para poder atender à demanda
das negociações, necessárias em pelo menos metade desses contratos de locação.
A intermediação deu espaço à mediação e assim temos seguido: ouvindo
proprietários e inquilinos, buscando a argumentação correta, a concordância e a
empatia entre os envolvidos.
Os dados do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento do
Mercado Imobiliário e Condominial (Inpespar), pertencente ao Secovi-PR,
comprovam que essa atenção especial gerou um reflexo muito positivo nesse
período turbulento que enfrentamos, pois o índice de inadimplência das locações
do início do ano até agora segue uma média de 1,5% (durante todo o ano de 2020
foi de 1,9%).
Desde o início da pandemia, por meio do Secovi-PR, já
vínhamos destacando aos associados a necessidade urgente dessa assimilação de
função. E assim constatamos a manutenção das imobiliárias e desse segmento do
mercado. Hoje, vemos essas mesmas imobiliárias atentas, investindo em
tecnologia e inovação, aproximando-se de startups, buscando diferenciais e
valorizando ainda mais o que continuará sendo primordial: o contato humano.
Para aqueles que ainda duvidam do potencial humano, sugiro tentar cancelar ou
pedir melhor equilíbrio financeiro junto aos robôs dos atendimentos 0800.
Leonardo Baggio, vice-presidente de Locação do Secovi-PR.