Debates
Paraná em um novo patamar sanitário
Da Redação | 28 de maio de 2021 - 00:35
Por Ágide Meneguette
O Paraná atingiu um novo patamar sanitário no dia 27 de
maio, quando a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) reconheceu o Estado
como área livre de febre aftosa sem vacinação. A partir de agora, nós não
vendemos apenas carnes para o mundo, mas também segurança alimentar! Esse novo
selo estampado nos produtos paranaenses certamente vai abrir novos mercados,
que pagam mais. Afinal, o olhar sobre os nossos produtos vai mudar para melhor.
É preciso comemorar. Para valorizar ainda mais essa
conquista, é importante recordar o trabalho de mais de três décadas até o
reconhecimento. Muitas entidades públicas e privadas participaram do processo.
E posso afirmar que somente com a união e o esforço de todos os elos da cadeia
produtiva da agropecuária paranaense foi possível chegarmos até aqui.
Certamente, a FAEP foi um dos principais agentes neste
processo. Há décadas, a bandeira da sanidade tem sido empunhada pela Federação,
que priorizou a necessidade de o Paraná reforçar a sua sanidade animal até
chegar à retirada da vacinação. A FAEP promoveu viagens técnicas, convenceu
governadores, contratou especialistas em sanidade, participou de conselhos e
eventos, propôs a criação da chamada Lei da Sanidade Animal, do Fundepec, dos
Conselhos de
Sanidade Animal, da Adapar e promoveu essa cultura do
esclarecimento entre os pecuaristas paranaenses. Afinal, o apoio do campo era
peça-chave.
Mas e agora, o trabalho terminou?
Pelo contrário! Com o reconhecimento consumado, é preciso
iniciar uma segunda etapa de trabalho, que também exige a continuidade da união
de todos os elos da cadeia produtiva. A produção paranaense de frango, suíno,
bovinoculturas de corte e leite, peixes, entre outras proteínas animais, vai
continuar crescendo.
Somos referências dentro da porteira e, agora, também fora.
Para não ocorrer um desequilíbrio entre oferta e demanda, é preciso se
preocupar com o mercado externo, pois os compradores não vão, no primeiro
momento, bater à nossa porta.
Uma agenda positiva de viagens aos possíveis países
compradores precisa ser definida, de forma permanente. Essa tarefa precisa ser
efetivada a partir das agroindústrias e cooperativas paranaenses, afinal, o
poder de transformação dos produtos e da negociação para a prospecção de novos
mercados são delas.
No campo, os nossos produtores de aves, suínos, bovinos,
leite, peixes e outras proteínas precisam manter a vigilância sobre os
rebanhos, para evitar qualquer risco de doenças. O cadastro anual junto ao
órgão responsável precisa da adesão total. Afinal, uma eventual ocorrência pode
afetar negativamente a pecuária estadual e, consequentemente, a economia do
Paraná.
O Paraná venceu uma importante etapa. Mas precisamos ter a consciência de que o trabalho, dentro e fora da porteira, não termina aqui. Na verdade, nunca vai parar. Agora, precisamos seguir com o esforço coletivo para colher os frutos deste reconhecimento tanto para os pecuaristas e indústrias, como para a economia e a sociedade do Estado.