Debates
Qual planeta queremos deixar para os nossos filhos?
Da Redação | 07 de maio de 2021 - 01:58
Por Everson Krum
Os últimos dias foram marcados por vários acontecimentos
relacionados ao meio ambiente - a reunião da Cúpula do Clima convocada pelos
EUA foi o de maior destaque entre eles. Em nível local, tivemos a inauguração
da primeira usina de Biogás em Ponta Grossa, empreendimento inédito no Brasil.
Todos esses fatos nos dão a oportunidade de refletir sobre o que temos feito
pelo meio ambiente e sobre qual planeta queremos deixar para as próximas
gerações.
Os acontecimentos que citei são eventos macro e estão
relacionados a decisões de estados e governos em prol do meio ambiente. Mas nós
podemos (e devemos) contribuir nas menores ações, nas atividades individuais e
naquelas que acontecem no âmbito da nossa casa. No que diz respeito às ações
individuais, cito aqui a importância de diminuir o uso do carro e a emissão de
CO2 - neste caso podemos optar por ir ao trabalho a pé (quando possível), de
carona ou usando o transporte público.
Além do deslocamento, o ato do consumo também pode ser
regulado de uma forma que agrida em uma escala menor o meio ambiente. Ao ir ao
mercado podemos, por exemplo, abrir mão das sacolas de plástico e optar pelo
uso de caixas de papelão ou sacolas descartáveis. Também podemos, enquanto
consumidores, optar por produtos que usem um sistema de refil que pode ser
reposto e diminuir a produção de embalagens.
Para além dos hábitos de consumo e transporte, é ainda
fundamental pensar de forma sustentável quando tratamos do lixo que produzimos.
Separar os dejetos que podem ser reciclados é dever de todos os cidadãos - as
novas gerações, através do ensino escolar, tem aprendido isso. A própria
construção da usina de Biogás em Ponta Grossa é uma resposta a um problema de
mais de meio século em nossa cidade: o aterro do Botuquara.
Tratando especificamente de Ponta Grossa, temos ainda um
desafio local que é muito importante: o cuidado com nossos arroios. Nossa área
urbana é cortada por arroios que têm sido cada vez mais destratados nas últimas
décadas e a isso se soma o problema do abastecimento: há uma demanda grande por
água potável e já notamos que o nosso sistema de fornecimento de água tem um
gargalo a ser superado já nos próximos anos.
Para uma parcela da população que tem essa condição
financeira, a substituição da energia elétrica convencional por energia limpa é
primordial - o uso de painéis solares é uma saída viável. Mas essa medida
precisa ser institucionalizada para custar menos e se tornar mais acessível a
todos os setores da sociedade, afinal de contas o uso de energia limpa é uma
necessidade e não deve se tornar um luxo para aqueles que têm condições para
tanto.
Diante deste cenário de desafios e demandas a serem atendidas, a universidade ganha papel essencial. Temos dentro da própria UEPG professores, pesquisadores e alunos que podem contribuir com esse desafio social: nos tornarmos cidadãos mais sustentáveis. Essa mudança não se trata de uma alteração ditada pela moda, mas sim uma necessidade. Precisamos mudar para deixarmos um planeta melhor para as próximas gerações.
Everson Krum é vice reitor da UEPG