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É hora da virada contra o vírus

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Por Rafael Francisco dos Santos

Ponta Grossa alcançará nos próximos dias o pior momento da pandemia de coronavírus. Há certo grau de incerteza sobre o presente e o futuro, mas, quanto ao que passou, sem sombra de dúvidas, o tempo trabalhou a nosso favor.

Nós, gestores e profissionais da saúde, tivemos cerca de três meses para nos organizar, vantagem que a maioria das cidades não teve. Este é o nosso trunfo num cenário que se assemelha a uma guerra. Estamos prestes a encarar a fase mais crítica de um conflito em que, do outro lado do “front”, temos um inimigo, que foi observado quando ainda não estava tão próximo. Sabemos mais sobre contágio, comportamento e estrutura necessária para o tratamento do vírus, o que me deixa otimista.  Porém, tenho muito claro que este conhecimento prévio não é garantia de vitória.

Hoje, temos armas para vencer algumas batalhas contra o vírus, mas nenhum desses artifícios será forte ou eficaz o suficiente se grande parte da população adoecer ao mesmo tempo. Se isso acontecer, nem todos terão tratamento adequado. Essa é uma condição mais que sensível no sistema público, que já sofre com falta de vagas e leitos há tempos.

Então como seguiremos? Infelizmente sacrifícios a mais serão necessários para superar o pico da pandemia. Os profissionais estão prontos para fazer sua parte na linha de frente, cada um cumprindo seu papel, todos estão atendendo a população dando o melhor de si, tenho certeza. É possível que em algum momento, por curto período, tenhamos que ampliar o distanciamento social e certas restrições que já nos incomodam há meses. Sem vacina ou tratamento eficaz disponível para todos não há outra saída para o momento mais agudo.

Por algum tempo continuaremos ainda carentes do convívio com nossos amigos e familiares. Afinal, ficar longe, sem apertos de mão, beijos e abraços, é hoje uma nova forma de amar e proteger quem amamos. Nesse momento, este é um esforço adicional para o “sprint” final.

Espera-se de nós gestores, públicos e privados, uma atuação transparente, proativa e dinâmica nesse momento crítico. Acredito ser fundamental a agilidade para aprender com quem já passou pelo pico da pandemia, antecipar todas as situações possíveis e planejar alternativas para os atendimentos em situações extremas.

A rede privada de saúde, e em especial o Hospital Geral Unimed, que faz parte da estrutura de saúde que gerenciamos, está pronta para cumprir seu papel nessa batalha, estruturada para atender a comunidade dos Campos Gerais. Nossas equipes, treinadas e com equipamentos à disposição, estão à postos. Apesar disso, como gestor, médico e, em especial, como ser humano, torço para que não precisemos usar toda essa estrutura. Nutro a confiança inabalável de que sairemos vitoriosos porque nos preparamos para o embate, e porque vejo nos olhos de todo profissional de saúde, a vontade de virarmos logo essa página e recomeçarmos nossas vidas!

É momento de iniciarmos a virada contra o coronavírus. A vitória virá se todos se unirem aos esforços dos profissionais de saúde e dos hospitais públicos e particulares.  Afinal, as ações em saúde, por mais coordenadas que sejam, são plenamente eficazes quando a sociedade se une e coopera com elas.  Se assim for, em algumas semanas, poderemos respirar, enfim, mais aliviados e planejar o ano de 2020 que desejamos.

Rafael Francisco dos Santos

Médico otorrinolaringologista, professor do Curso de Medicina da Universidade Estadual de Ponta Grossa e Presidente da Unimed Ponta Grossa

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