Debates
Nervos congestionados
Da Redação | 17 de maio de 2019 - 02:18
Por Emerson Pugsley
Todos os
dias, escutamos e vemos notícias, sobre tragédias nas ruas de nossa cidade.
Famílias inteiras destruídas. Acabo de ler, sobre mais um jovem motoqueiro,
atingindo um poste e muro, no último final entristecido de semana, perdendo a
vida rapidamente. E as trágicas estatísticas, só aumentam a cada minuto.
As
manchetes, dos principais jornais, trazem a notícia, de que a nossa frota
dobrou, nestes últimos dez anos. É muito carro, para pouquíssimas ruas, em
condições normais, de trafegabilidade.
E o pior, é
percebermos, que os investimentos nesta área, engatinham igual tartaruga com
dor nas costas. Parece pessimista demais, mas faça o exercício, de olhar as
condições do trânsito, nos horários de pico. Verá que algo precisa ser mudado
ou entraremos em uma rua sem saída. Binários são interessantes, inversão de
ruas e sentidos também, mas ainda é pouco. Ultimamente, precisaríamos mais do
que mão inglesa ou francesa.
Os governos
fizeram e fazem a sua parte, para que as pessoas, pudessem realizar o sonho do
carro próprio. Nada contra, pois sabemos, o quanto os veículos ajudam a nossa
vida. Costumo sempre dizer, carros temos de sobra e ruas precisam ser abertas
por aqui. Parece um discurso repetitivo, mas não é.
A frota
pode até ter dobrado, mas ainda, assistimos a cenas, de motoristas bêbados,
outros irresponsáveis e despreparados. Apenas comprovando o que acabei de
falar, olhe as notícias sobre acidentes, e veremos que muitos deles, seriam
evitados, pelo simples respeito a placa de preferencial, ou mesmo, de entrar em
uma auto escola e tirar a CNH, pois ainda temos muitos(as), que nem isso são
capazes de fazer. Inabilitados causam dor a si mesmos e a outros também.
Ao me
deslocar, para o meu trabalho, passo por um pátio repleto de carros ou o que
sobrou destes, após acidentes de trânsito. Cenas chocantes, pois sempre imagino
o que deve ter restado, de seus motoristas e ocupantes.
E quando,
falamos em veículos, vale lembrar, que os mesmos precisam estar em boas condições
de uso, pois ao contrário, são verdadeiras armas de destruição em massa. Dias
atrás, parado no semáforo, um carro velho ao meu lado, com sua mecânica
ensurdecedora. Fiquei a imaginar, que os seus ocupantes, já estavam surdos
naquele momento, e por este motivo não se importavam.
Precisamos
planejamento viário, não apenas na prancheta, mas em nosso dia a dia urbano.
Hoje percebo, uma cidade estagnada, repleta de subidas e descidas e muitos
vazios. É necessário, estruturar a Cidade de Ponta Grossa, para o presente e
futuro, pois não temos mais carroças, nem somos mais uma Rota de Tropeiros.
Projetos
até existem, mas é preciso força de vontade, acima de tudo e de todos. Não
podemos ficar, apenas dependendo de um sistema estreito, esburacado e
congestionado. É preciso ir além e buscar alternativas reais e fáceis de
estruturar.
Queridos
leitores, o desenvolvimento cobra o seu preço também. Crescemos demais, nestes
últimos anos, e precisamos urgentemente, observar as necessidades reais. Uma
excelente semana aos leitores!
“Aprender que o trânsito é feito mais do que carros e sim de
vidas únicas e insubstituíveis também é uma arte.”
Emerson Pugsley é colaborador do Jornal da Manhã