Debates
Vida na penumbra
Da Redação | 13 de abril de 2018 - 01:06
Por Jacó Carlos Diel
Parece mesmo um retrato fiel de tudo que
vivemos nos dias atuais, embora a maioria dos telespectadores normalmente não
veja sob este prisma, talvez por situações inerentes ao conhecimento, que está
muito aquém do que o próprio governo se comprometeu com os organismos
internacionais. Tanto no jornalismo de modo geral, quanto nos programas de
humor e em especial na novela O Outro Lado do Paraíso, da Rede Globo de
Televisão, só não tira uma lição de vida quem não quer. Lá, entre tantos, temos
o advogado Natanael, que ensinou e continua ensinando como grande parte dos
coleguinhas opera no ramo do Direito, com as mais escabrosas e criminosas
práticas, forjando e recuperando documentos de pessoa já falecida, portanto,
falsos, tudo em nome da legalidade e da ética. O delegado Vinícius, que de
delegado parece que somente tem o título, porque na prática é executor de
ordens da Sophia, que se intitula proprietária de todos, uma vez que para
concretizar o seu projeto de poder, compra um por um com pesados envelopes e
até maletas de notas graúdas. Comprou o juiz Gustavo com várias malas com notas
de grande valor. E em vários e vários processos, onde via de regra usou como
sua cúmplice, a Nádia (bebê), esposa do juiz Gustavo.
Tal como se têm figuras idênticas na vida
real, a Sophia se intitula tanto dona de tudo e de todos, que assumiu a
tríplice confusão: na vida social, comercial e até familiar. Não deixa para
ninguém. É capaz de tudo para a satisfação do seu ego. Além de literalmente
comprar com pesadas malas recheadas com notas de alto valor, o advogado
Natanael e auxiliares, o delegado Vinícius, o juiz Gustavo, o psiquiatra e
diretor de hospital Samuel (droga e laudo falso), para o intento dos seus
planos macabros, seduziu ainda a filha Lívia e o filho Gael, tudo para levar a
cabo um diabólico plano para destituir do pátrio poder e se precisasse até
matar a nora Clara, para roubar, como está roubando uma mina de esmeraldas,
cuja área de terra a Clara tivera herdado do seu avô Josafá.
No jornalismo e, em todos os meios quase
que só se vê e ouve notícias de inoperância e ineficiência da máquina pública,
a não ser para o desvio de recursos, falta de atendimento para a saúde, falta
de segurança e roubalheira descarada. Mesmo assim, não se vê movimento para
mudança.
Se com todo o bombardeamento que sofremos
diuturnamente, pela Lava Jato há tanto tempo, pelo processo do Lula que parece
nunca terminar e de toda a quadrilha de vários partidos, pelos malefícios de
grande parte dos três poderes (com homenagem de marchinha de Carnaval para o
Ministro Gilmar – porque ele merece -), dos programas de humor que minimizam os
investidos em algum poder e, agora, mais claramente a novela O Outro Lado do
Paraíso, mostrando como se pratica a vida na penumbra, não aprendermos ao menos
votar, trocando todos que não prestam e exigir os nossos direitos, mas não
antes do cumprimento dos nossos deveres, poderemos jogar a toalha, pelo menos
por ora.
O autor é licenciado em Filosofia Lato
Sensu e Bacharel em Direito.