Debates
UEPG poderá ter 2º turno para escolha de reitor em 2018
Da Redação | 05 de dezembro de 2017 - 02:35
Por Maurício José Kaczmarech
Na última quinta feira foi encaminhado para apreciação do
Conselho de Administração da UEPG, proposta para uma modificação do “Regulamento
Geral dos processos de consulta e eleições para escolha de dirigentes
universitários e de representantes nos colegiados deliberativos”. O objetivo da
proposta é o de modificar o Artigo 74 (Da apuração dos votos) que faz parte da
“Consulta à comunidade universitária para a escolha do Reitor e Vice-Reitor da
UEPG”. Este artigo indica que “Será considerada vencedora a chapa que obtiver o
maior valor numérico do cálculo da expressão do artigo anterior.” Existe uma
fórmula onde leva em consideração um fato, o de que a comunidade universitária
apesar de ser proclamada como um ambiente de democracia, igualdade e
intelectualidade, é dividida no que pode parecer três castas, espécies ou
grupos (estudantes, funcionários técnicos-administrativos e funcionários
docentes). O valor do voto não é igualitário como para as eleições para
vereadores, deputados, senadores, governadores e presidente da República, mas
tem valores diferentes, indo do voto de mais “peso” (dos docentes), passando
pelos intermediários (dos servidores técnico-administrativos) e dos estudantes
com o menor valor. Mas isto é outro assunto.
A proposta
apresentada trabalha somente na questão da necessidade de que o grupo de dois
candidatos (para reitor e vice, a popular “chapa eleitoral”) consiga no final,
ter a aprovação de 50% mais um do consenso dos eleitores dos três grupos que
compõem a comunidade universitária. Isto é necessário, pois assim, não ficará
no comando os participantes de grupos que não representam a maioria dos membros
da comunidade universitária. Na última escolha para reitor da UEPG foi divulgado que 44,6% dos votantes elegeram
o atual reitor, entretanto, a maioria da comunidade universitária que
manifestou-se pelo voto, não considerou que aquele candidato fosse o melhor
para o cargo, ficando 55,3% dos votantes considerando que a chapa que foi
vencedora não os representa. Lembramos ainda que na última escolha para reitor,
fortes chuvas e a greve do transporte coletivo prejudicou a presença dos
estudantes, reduzindo em muito a participação dos mesmos e na prática colocando
a questão de que o índice poderia ser menor ainda...pois, historicamente, os
candidatos de oposição recebem forte apoio dos estudantes. E também existe a
questão de que os professores e servidores técnico-administrativos são
obrigados a votar e os alunos não! É o estranho mundo das eleições
universitárias (nas outras IES estaduais é seguido quase o mesmo sistema).
Um segundo turno
aprimora o sistema de escolha de membros da reitoria, permitindo que em dois
momentos, a comunidade universitária colabore com sua opinião se a instituição
deve ser mais política (elegendo candidatos dedicados paralelamente a uma vida
na política), mais social (com candidatos mais humanistas) ou mais tecnicistas
com candidatos com melhor formação para ser um administrador de instituição
pública. No passado tivemos como candidato, o saudoso administrador de empresas
Sérgio Escorsim que foi preterido por um dentista!!!!...mas assim é a
democracia, muitas vezes permite que o menos apto, seja eleito, algo comum, por
exemplo, na política brasileira.
Com eleição prevista para o primeiro semestre de 2018, a UEPG poderá finalmente retirar a UEPG de uma triste posição, é uma universidade que não tem segundo turno para escolha de reitor, fugindo do avanço democrático das grandes universidades estaduais como a Universidade Estadual de Londrina (UEL) e a Universidade Estadual de Maringá (UEM). A UEPG não pode ficar com aspectos de universidade de segunda linha no aspecto democrático, pois equivale às outras instituições do gênero do Paraná. A modificação mostrará que a escolha de reitor e vice é algo democrático!
Por Maurício José Kaczmarech é funcionário da UEPG