Cotidiano
Em nota, Santa Casa afirma que não houve troca de bebês
<b>Hospital foi acusado de trocar bebês falecidos durante entrega aos familiares. Polícia Civil abriu inquérito sobre o caso</b>
Da Redação | 21 de maio de 2019 - 00:09
Hospital foi acusado de
trocar bebês falecidos durante entrega aos familiares. Polícia Civil abriu
inquérito sobre o caso.
A Santa Casa de Misericórdia se pronunciou oficialmente
sobre a suposta troca, no necrotério do hospital, de bebês falecidos. Em nota,
a instituição garantiu que não houve qualquer sumiço ou troca de cadáveres. Na
última sexta-feira (17), a Polícia Militar foi acionada por uma família que
afirmou que o hospital havia entregado uma criança errada – inclusive de sexo
diferente – para o enterro. O bebê havia falecido na quinta-feira (16).
O hospital foi enfático em afirmar, através do
pronunciamento, que “os fatos imputados à instituição não ocorreram”. A Santa
Casa ainda garantiu que irá colaborar com as autoridades no inquérito aberto
pela Polícia Civil. Por fim, a nota explica que o caso corre em segredo de
Justiça e, por isso, o hospital só irá se pronunciar através dos autos do
processo.
Entenda
O caso veio à tona após familiares desconfiarem da aparência
de uma das crianças. A suspeita dos familiares é de que o bebê de Ponta Grossa
tenha sido trocado com outro, sepultado sem identificação.
De acordo com o boletim registrado pela Polícia Militar, uma
das mães passou por uma cirurgia cesariana no dia 10 de maio, quando nasceram
duas filhas gêmeas. Uma delas faleceu poucos dias depois, sendo sepultada
conforme todos os procedimentos legais.
Na última quinta-feira (16), a família recebeu a informação
do hospital de que a outra menina também havia falecido, mas que ela ficaria no
necrotério até a manhã de sexta-feira (17), quando seria liberada para
sepultamento no Cemitério Vicentino. No dia combinado, os familiares levaram a
certidão de óbito ao hospital, onde uma assistente social os levou até a bebê –
que, inclusive, foi vestida pela família, segundo a PM.
No momento em que o bebê era levado ao cemitério, os
familiares notaram que não se tratava de uma menina, e sim de um menino – a
fita de identificação no braço da criança era da cor azul, característica que
identifica crianças do sexo masculino em hospitais brasileiros. O nome da
criança também não batia com o escolhido pelos pais. Segundo a família, o sexo
não foi identificado durante a troca de roupas porque a criança estava de
fraldas.
A família retornou ao hospital e pediu explicações sobre a troca. Segundo o boletim de ocorrência feito pela PM, uma funcionária do hospital avisou a família que a filha havia sido encaminhada para a funerária já na noite anterior. Em contato com a funerária, os familiares ficaram sabendo que o corpo da menina já havia sido enterrado, sem identificação, na manhã de sexta-feira (10).
Inquérito foi instaurado para apurar o caso
O caso segue para a 13ª Subdivisão da Polícia Civil (SPD) que vai apurar o caso e o Delegado Maurício Souza da Luz, está à frente das investigações. “Vamos apurar o que exatamente aconteceu para ver se efetivamente irá caracterizar um ilícito penal ou vai ficar na esfera civil”, informa Maurício. De acordo com o Delegado, a próxima fase são as intimações dos familiares do bebê que foi trocado, representantes da Santa Casa, funerária, cemitério e foi enviado uma precatória para a cidade de Reserva, solicitando que a família do bebê do sexo masculino também seja ouvida.