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Senhora de 95 anos é investigada por roubo

Uma de suas peças favoritas é uma adaga romana que ela encontrou enterrada junto com um esqueleto

Joan Howard mostra uma máscara funerária que mantém em sua coleção/Foto: Reprodução 7News
Joan Howard mostra uma máscara funerária que mantém em sua coleção/Foto: Reprodução 7News -

Da Redação

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Uma de suas peças favoritas é uma adaga romana que ela encontrou enterrada junto com um esqueleto

A australiana Joan Howard, de 95 anos, está sendo investigada sob acusação de ter saqueado artefatos de países do Oriente Médio. Em entrevista concedida no início do mês ao jornal “The West Australian”, a ex-enfermeira se gabou do feito, ao revelar que se aproveitava da imunidade diplomática do marido, Keith Howard, para procurar por antiguidades na Síria, Egito, Líbano, Jordânia, Palestina e Israel.

Logo após a publicação da reportagem, Monica Hanna, do Ministério de Antiguidades do Egito, divulgou uma carta enviada ao embaixador da Austrália no país, exigindo investigações sobre o caso. Segundo o jornal britânico “Guardian”, o governo australiano confirmou que está avaliando o caso.

“Eu exijo que uma investigação seja conduzida sobre as fontes da coleção da senhora Howard, agora em Perth (capital do estado da Austrália Ocidental)”, escreveu Monica, acrescentando que o tom de celebração pelo feito manda uma mensagem negativa. “Essas atividades descontextualizam a herança cultural e transforma descobertas arqueológicas de objetos históricos em artefatos de decoração. O mercado ilegal deixa a herança cultural egípcia com lacunas que não podem ser preenchidas, e muitas histórias que não podem ser contadas sobre o passado”.

O Departamento de Comércio e Relações Exteriores da Austrália informou que o caso está sob investigação. Em comunicado, o órgão destacou que o país é obrigado, seguindo convenção da Unesco, de “repatriar qualquer propriedade cultural estrangeira que tenha sido exportada ilegalmente de seu país de origem e importado para a Austrália”.

Joan atuou como enfermeira na Segunda Guerra Mundial, mas sua busca por tesouros do passado começou em 1967, após Keith ser indicado para um cargo diplomático das Nações Unidas no Oriente Médio, onde atuou por 11 anos. Na entrevista, ela contou ter trabalhado como voluntária em escavações americanas e britânicas em ruínas fenícias no Líbano, de cristãos na Jordânia e de cidades romanas do período anterior ao nascimento de Jesus Cristo.

Entre os tesouros que mantém em sua coleção está um crucifixo oco do tempo de Cristo, vendido aos peregrinos da época com a alegação de que continha um pedaço da cruz em que Jesus foi crucificado. Ela possui ainda cabeças de machados com mais de 40 mil anos, cerâmica e armas de fenícios e romanos, além de moedas, selos e joias do tempo dos faraós egípcios.

Uma de suas peças favoritas é uma adaga romana que ela encontrou enterrada junto com um esqueleto. Joan também possui uma rara máscara funerária de uma múmia egípcia e fragmentos de bandagens de uma múmia, encontrados perto das Grandes Pirâmides. A coleção é avaliada em cerca de US$ 1 milhão.

— Ela deveria ser uma pessoa pobre, que não podia pagar por uma tumba e foi enterrada na areia — contou Joan. — Ela deve ter sido enterrada com um gato, porque entre as bandagens estavam pequenas garras de um felino.

Ao site Inverse, o arqueólogo Peter Campbell avaliou que, provavelmente, as peças foram retiradas do Egito e de outros países ilegalmente, já que a convenção da Unesco que proíbe a remoção de artefatos arqueológicos para coleções passou a vigorar em 1970:

— Então, se ela começou em 1967 e continuou por 11 anos, ela estava violando a lei.

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