Você sabe como a qualidade da água que bebemos é medida?

Você sabia que o acesso à água tratada é um direito garantido por lei? Pois é, trata-se da Lei nº 11.445 que estabelece as diretrizes nacionais para o saneamento básico. Mas, não adianta ser apenas de ter água potável, mas atender aos padrões de qualidade também determinados por agências e regulamentos. Neste sentido, você sabe como a qualidade da água que bebemos é medida?

De modo geral, a legislação brasileira preconiza que os serviços públicos de saneamento básico devem ser prestados com base em princípios fundamentais. Entre eles, está a universalização do acesso. Isso significa que todas as pessoas devem ter, em suas casas, esgoto e água devidamente tratados. Afinal, trata-se de uma questão de saúde pública, além do bem-estar individual.

No entanto, no caso específico da água, as empresas fornecedoras devem seguir parâmetros rígidos para que o produto que chega à sua torneira seja, de fato, próprio para o consumo. Para isso, existem processos, bem como técnicas de avaliação e controle de qualidade da água, a exemplo da titulação. E agora, você vai entender quais são e por que isso é tão importante.

Por que é tão importante checar a qualidade da água?

A gente até aprende isso na escola, mas não custa nada reforçar, né? Consumir água de má qualidade traz diversos problemas à saúde, incluindo doenças gastrointestinais, contaminações por metais pesados e outras complicações a longo prazo. Ademais, a água contaminada pode conter microrganismos altamente nocivos. Só para exemplificar, entre os principais problemas causados pelo consumo de água sem qualidade, temos:

●        Doenças infecciosas: bactérias e vírus presentes na água podem causar doenças como cólera, disenteria e hepatite A.

●        Contaminação por metais pesados: metais como chumbo e mercúrio podem causar danos neurológicos e renais.

●        Substâncias químicas tóxicas: produtos químicos agrícolas e industriais, como pesticidas e solventes, podem causar câncer e outros problemas de saúde.

Ou seja, motivos para acompanhar a qualidade da água que bebemos, não faltam!

Padrões de qualidade da água no Brasil

Logo mais, vamos tratar dos processos envolvidos na medição de qualidade da água. Mas, antes disso, vale entender quais os padrões estabelecidos por lei no Brasil que, inclusive, norteiam estas técnicas. Em suma, alguns dos principais parâmetros são:

●        Índice de Qualidade das Águas (IQA): é o principal indicador para avaliar a qualidade da água do abastecimento público, após o tratamento convencional. O cálculo é feito com base na temperatura, pH, oxigênio dissolvido, resíduo total, demanda bioquímica de oxigênio, coliformes termotolerantes, nitrogênio total, fósforo total e turbidez.

●        Parâmetros físicos: incluem temperatura, sabor e odor, cor, turbidez, sólidos e condutividade elétrica.

●        Parâmetros químicos: Incluem pH e dureza da água.

Além disso, a Resolução CONAMA 357/2005 estabelece as classes de qualidade para as águas doces, salobras e salinas. E, por fim, a Portaria de Consolidação nº 05/2017 do Ministério da Saúde dispõe sobre o controle e vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade.

Como a qualidade da água que bebemos é medida?

São muitos padrões, né? E, para garantir que a água que chega às nossas torneiras é segura, são empregadas várias técnicas de avaliação. Entre os métodos mais utilizados, podemos destacar os seguintes:

Titulação

De modo geral, o método envolve a adição de um reagente, conhecido como titulante, à amostra de água. Este, então, é escolhido de tal forma que reage com o íon específico que estamos tentando medir. Sendo assim, a quantidade de titulante adicionada até que a reação esteja completa (o ponto de equivalência) nos permite calcular a concentração do íon na amostra de água.

Espectroscopia

Aqui, utiliza-se a interação entre a luz e a matéria para identificar e quantificar diferentes elementos químicos. Na prática, cada elemento absorve ou emite luz em comprimentos de onda característicos, permitindo sua identificação e quantificação.

Cromatografia

Esta técnica, por sua vez, separa os componentes de uma mistura com base em suas diferentes taxas de movimento por meio de um meio sob a influência de um gradiente de propriedades físico-químicas. Desta forma, permite a identificação e quantificação de compostos químicos complexos na água.

Análise microbiológica

Como o próprio nome já diz, envolve a coleta de amostras de água e a realização de testes para detectar a presença de microrganismos. Isso pode envolver a cultura de amostras em meios de crescimento específicos para promover o crescimento de bactérias. Ou, ainda, o uso de técnicas de biologia molecular para detectar a presença de material genético de microrganismos.

Medição de pH e condutividade

Por fim, o pH é uma medida da acidez ou alcalinidade da água e sua medição se dá com um medidor próprio. A condutividade é uma medida da capacidade da água de conduzir eletricidade, que é influenciada pela presença de íons na água. Ambos são indicadores importantes da qualidade da água e podem ser medidos usando sondas ou sensores específicos.

Avaliação de Qualidade da Água: Precisão e Confiabilidade

Em suma, o acesso à água tratada é um direito básico garantido por lei, inclusive por se tratar de uma questão de saúde pública. Por isso, as empresas fornecedoras devem atender a padrões estabelecidos e monitorados por agências reguladoras. E, para medir a qualidade da água que bebemos, são empregadas técnicas rigorosas que, assim, garantem a conformidade com estes critérios.

Como vimos, são métodos como titulação, espectroscopia e cromatografia, assegurando que a água que consumimos esteja livre de substâncias nocivas. A segurança da água começa com a garantia de sua qualidade.

E você, sabia de todo o processo envolvido na segurança da água que sai aí, da sua torneira?