Moradoras de Castro participam de cozinha voluntária no RS
Iniciativa prepara refeições para desabrigados, voluntários e socorristas, além de apoiar a reconstrução das cidades atingidas pelas enchentes
Publicado: 23/05/2024, 13:07
A advogada Géssika Mantovani e a mãe dela Rosangela Mantovani moram em Castro, na região dos Campos Gerais do Paraná, e desde o dia 12 de maio fazem parte de uma cozinha voluntária na cidade de Guaíba (RS), na região metropolitana de Porto Alegre.
Mãe e filha foram convidadas pela Federação Italiana de Chefs (FIC) - que tem chancela do governo italiano - para integrar o grupo de cozinheiros que realiza a operação emergencial no Rio Grande do Sul. A iniciativa tem equipes em diferentes cidades gaúchas, como São Leopoldo, Santa Maria, São Lourenço, Igrejinha, Gramado e Canela.
As castrenses partiram rumo a Guaíba no sábado (11). A cozinheira e advogada conta que a viagem foi longa e tensa por conta da chuva e da necessidade de procurar estradas sem problemas, um desafio diante a tragédia climática que atinge o Rio Grande do Sul.
Géssika e a Rosangela trabalham em parceria com o chef Odirlei Mitrut, de Pato Branco. O espaço foi cedido por um empresário. A cozinha possui equipamentos que permitem fazer muita comida em pouco tempo. Para o almoço, por exemplo, a equipe voluntária chega a produzir 400 marmitas. “A gente tem arroz, feijão e carne cozinhando o tempo todo. É uma grande operação com pouca gente e num espaço pequeno”, explica Géssika, que também é advogada.
DINÂMICA - O trabalho começa a partir das 6h30, com a preparação do café da manhã. Em seguida, é preparado o almoço. A equipe consegue fazer uma pausa por volta das 14h e, em seguida, já começa a cozinhar o jantar. Mesmo com a comida preparada e servida, Géssika, Rosangela e Odirlei trabalham até às 23h para limpar a cozinha. As marmitas preparadas atendem, principalmente, Eldorado do Sul, uma das cidades mais atingidas pelas enchentes.
Os cozinheiros ainda têm apoio de moradores que estão em um alojamento para desabrigados. “Algumas famílias ajudam a picar legumes, limpar o ambiente e lavar a louça”, conta Géssika. “A situação é bem pesada. Tá úmido e frio, e tem muita gente nos abrigos”.
APRENDIZAGEM - Géssika define a experiência voluntária como um momento de crescimento pessoal e profissional para ela e a mãe. “A primeira coisa que me perguntei quando recebi o convite para ser voluntária foi: ‘O que poderiam fazer por mim se eu passasse pela mesma situação?’”, compartilha a cozinheira.
A partir dessa reflexão, a castrense aceitou o convite da FIC e utiliza seus conhecimentos culinários para ajudar a população gaúcha. “É muito gratificante ajudar as pessoas e ver no rosto delas o alívio em poder comer”, relata.
DOAÇÕES - As cozinhas voluntárias organizadas pela Federação Italiana de Chefs é mantida com doações de dinheiro e de alimentos. É possível contribuir com a iniciativa por meio da chave Pix: CNPJ - 44.347.846/000-78 (Asa Gastronomia).