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PR se mantém como 2º maior produtor de leite do País

Pesquisa do IBGE revela que a produção de leite subiu no Paraná e nos estados do Sul e caiu nos demais estados produtores.

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Gabriel Sartini

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Pesquisa do IBGE revela que a produção de leite subiu no Paraná e nos estados do Sul e caiu nos demais estados produtores.

Pelo segundo ano consecutivo, o Paraná se destaca como o segundo maior produtor de leite do País, segundo a Pesquisa Pecuária Municipal do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), publicada em setembro. A pesquisa, referente ao ano de 2016, revela que a produção de leite subiu no Paraná e nos estados do Sul e caiu nos demais estados produtores.

A produção de leite no Paraná vem num ritmo ascendente nos últimos 10 anos. A pesquisa do IBGE revelou um crescimento de 75%, avançando de um volume de 2,7 bilhões de litros em 2006 para 4,7 bilhões de litros no ano passado, um crescimento de 2 bilhões de litros de leite no período.

A produção de leite no País, em 2016, alcançou um volume de 33,6 bilhões de litros que correspondeu a uma queda de 2,8% em relação ao ano anterior (2015), quando o volume produzido foi de 34,6 bilhões de litros.

No Paraná, a produção de leite em 2016 alcançou 4,7 bilhões de litros, volume 1,5% maior que no ano anterior (2015), quando o volume alcançado foi de 4,6 bilhões de litros. Já o Valor Bruto da Produção, índice pesquisado pelo Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria da Agricultura e Abastecimento, aponta que a produção leiteira no Paraná já alcançou volume de 4,8 bilhões em 2016, com faturamento bruto de R$ 6 bilhões, valor 20% maior em relação ao período anterior.

Estados

Assim como o Paraná, os estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul também elevaram a produção de leite, o que colocou a região Sul do País como a maior produtora com um volume de 12,45 bilhões de litros produzidos no ano passado, que correspondeu a um crescimento de 1,1% em relação ao ano anterior.

Apesar do avanço dos estados do Sul, Minas Gerais continua como o maior produtor de leite, com uma produção de 8,97 bilhões de litros em 2016, queda de 1,9% em relação ao ano anterior, quando o Estado produziu 9,14 bilhões de litros.

O estado de Goiás, que se destacou pela ascensão na produção de leite em passado recente, teve a maior queda, de 16,6%, apontou a pesquisa do IBGE. Naquele estado, a produção caiu de 3,5 bilhões de litros em 2015 para 2,93 bilhões de litros no ano seguinte.

Outro estado prejudicado, segundo a pesquisa do IBGE, foi São Paulo, que teve uma queda de 4,6% na produção de leite, que caiu de um volume de 1,77 bilhão em 2015 para 1,69 bilhão em 2016.

Crise e clima

Problemas climáticos (seca em algumas regiões e excesso de chuvas em outras) e de elevação nos custos de produção, como a elevação no preço do milho, que só foi apresentar movimento de queda no último bimestre de 2016, foram as causas na queda de produção de leite no País, explicou o médico veterinário Fábio Mezzadri, do Deral.

Além disso, outros problemas conjunturais limitaram o crescimento da atividade, como a economia desaquecida e inflação, que resultou em menor poder de compra da classe consumidora.

Segundo ele, os estados do Sul não foram tão atingidos porque o clima no ano passado não foi tão severo, embora também ficaram sujeitos aos efeitos da crise econômica, limitando o crescimento da atividade que poderia ter sido maior.

O secretário estadual da Agricultura e Abastecimento, Norberto Ortigara, destacou que o produtor de leite no Paraná conta com um apoio muito firme do governo do Estado, que o ajudou a se manter na atividade e até ganhar dinheiro com ela, mesmo em ano de crise. Ortigara destacou os programas regionais de incentivo à produção de leite que conta com forte apoio da assistência técnica oficial da Emater.

E também ao programa Leite das Crianças, mantido com recursos do Tesouro Estadual, que incentiva a qualidade e propicia assistência técnica ao produtor, que por sua vez tem garantida uma demanda diária com a compra do leite pelo governo do Estado.

Além disso, o programa garante o pagamento do leite pela indicação do Conseleite – um conselho formado por acadêmicos, indústrias e produtores que acompanham a evolução dos custos de produção da atividade leiteira. Esses preços sempre garantem a remuneração da atividade aos produtores.

Sem esse apoio, os produtores ficam vulneráveis às oscilações de mercado que em anos de crise nunca são favoráveis.

Apoios

Em relação ao programa de apoio à produção de leite nas regiões do Estado, a Secretaria da Agricultura mantém apoios na região Sudoeste, Oeste, Arenito e Norte Pioneiro. Para se ter uma ideia, o programa de apoio à produção de leite transformou a região Sudoeste na maior produtora de leite em volume no Paraná, contribuindo para o sucesso do Paraná no cenário nacional. Conforme a pesquisa do IBGE, o Sudoeste sozinho produz 1,1 bilhão de litros de leite por ano.

Mas é na região dos Campos Gerais que são registradas as maiores produtividades e qualidade na produção de leite, que se transformaram em referência no País. Segundo o Deral, os produtores utilizam tecnologia de produção, investem na melhoria genética e alcançam produtividades de até 30 a 40 litros de leite por dia, semelhantes às alcançadas em países desenvolvidos como Estados Unidos e da Europa.

Mezzadri, do Deral, explica que a média de produtividade da região dos Campos Gerais é de 10 mil litros de leite por vaca/ano, variando entre 25 a30 litros de leite por vaca/dia.

Para atingir esse resultado, os produtores utilizam alimentação estocada e de boa qualidade, com regularização na oferta de insumos aos animais. Também recorrem a mecanismos que maximizam a produção como biotecnologia de produção com transferência de embriões, fertilização in vitro e inseminação artificial. Também predomina na região o sistema intensivo de criação “free stall” (confinamento) e criação das raças holandesas e, em menor escala, da raça Jersey, especializadas na produção de leite.

Informações da Agência Estadual de Notícias (AEN).

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