Leite impulsiona produção e transforma vida de agricultores
Governo do Estado investiu mais de R$ 4 milhões no programa Leite Mais Arenito, que envolve 21 municípios
Publicado: 16/06/2017, 11:52
O Paraná lidera a produção leiteira entre os estados do Sul e a perspectiva é crescer ainda mais
A produção de leite no Paraná cresceu 72% nos últimos 10 anos.
De acordo com dados do último levantamento feito pelo IBGE, de 2006 a 2015 a
produção leiteira do Estado passou de 2,7 para 4,6 bilhões de litros/ano. O
Paraná lidera a produção leiteira entre os estados do Sul e a perspectiva é
crescer ainda mais.
Na região do Arenito, Noroeste do Paraná, a atividade se tornou alternativa de
renda nas pequenas e médias propriedades, que antes tinham pastagens
degradadas. Ali, o Governo do Estado investiu mais de R$ 4 milhões no programa
Leite Mais Arenito, que envolve 21 municípios, ajudando assim a qualidade de
vida dos agricultores da região.
Marcos Antônio Gea Paulino, de 29 anos, morador de Iporã, no Noroeste, sempre
ajudou o pai, que trabalhava com avicultura. Há dez anos, ele ganhou quatro
alqueires de terra e decidiu mudar e trabalhar com bovinocultura de leite. Em
2012, o agricultor começou então a participar do programa do Governo de Estado,
Leite Mais Arenito, uma parceria entre o Estado, iniciativa privada e o
produtor.
Desde então, Paulino recebe visitas semanais de técnicos da Emater para
melhorar a estrutura da fazenda, aumentar a produção e a qualidade do leite.
Ele diz que começou com dois animais e atualmente ele já tem quarenta e dois,
contando com as novilhas.
“A decisão de trabalhar com a atividade foi a renda. Como a área é pequena,
conseguimos aproveitá-la melhor com a produção de leite. Em 2012, com ajuda
técnica a gente começou a direcionar a atividade para se tornar mais rentável”,
afirma.
Ao longo desses anos e graças à consultoria da Emater, Paulino – que estudou
até o sétimo ano do ensino fundamental mm – foi se profissionalizando. Ele fez
os cursos oferecidos pelo Estado de inseminação artificial, melhoramento
genético, manejo de ordenha, casqueamento, criação de bezerra, higiene e
manutenção de ordenha, entre outros. Dessa maneira, além de conseguir
financiamentos e participar de projetos governamentais para conseguir recursos
e incentivos, ele mesmo faz a inseminação artificial dos animais da
propriedade. Desta forma, ele consegue produzir animais de alta performance
para melhorar cada vez mais o rebanho e a produção de leite.
A propriedade também mudou. Com o auxílio dos técnicos, antes o que era feito
de maneira manual, hoje é feito com o auxílio de máquinas. Tudo é realizado de
forma mais estruturada para manter o ambiente agradável para os animais,
otimizar o trabalho e tornar a produção mais sustentável. Os técnicos da Emater
ajudam no planejamento da alimentação animal, pasto, maquinário e estrutura.
Cabe ao agricultor executar todos os processos.
Atualmente são produzidos na propriedade de Paulino cerca de 10 mil litros de
leite por mês, com 20 animais adultos em produção. O leite tem destino certo: a
cooperativa da região. Além disso, o produtor explica que o produto de sua
fazenda já se tornou referência na região, pela qualidade do leite que
comercializa.
“Hoje nosso leite é referência em qualidade. Eu recebo o mesmo valor de quem
tem quantidade. E toda essa parte de acompanhamento dos técnicos e assistência
contribui muito para que eu consiga ter um leite de qualidade e ser modelo
nessa área”, comemora.
De acordo com o engenheiro agrônomo da Emater, Rafael Meier de Matos, a
vantagem para o produtor participar do projeto Leite Mais Arenito é que ele
passa a usar a propriedade de maneira mais eficiente, melhorando a qualidade do
leite e fidelizando o agricultor junto à indústria. Segundo ele, esse trabalho
vê a produção leiteira como um todo. Os técnicos orientam o produtor desde a
parte de pastagem, produção de alimentos, sanidade, alimentação, estrutura, e
também, orientação para crédito rural e programas de incentivo.