Governo destinará R$ 150 milhões ao trigo

O secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura do Brasil, Neri Geller, revelou, recentemente, em entrevista à Reuters, que serão destinados R$ 150 milhões para programas para garantir o preço mínimo do trigo nesta temporada. Isso poderá representar apoio à comercialização de 1,2 milhão a 1,7 milhão de toneladas do grão. A expectativa é de que esse anuncio oficial e a liberação ocorra nesta semana, nos próximos dias.

Isso deverá ocorrer porque o preço de comercialização, apesar da boa qualidade, está abaixo do preço mínimo. No caso do trigo ‘Tipo 1’, utilizado para o pão, por exemplo, cujo preço mínimo estipulado é de R$ 38,65 a saca, na região essa comercialização está até 10% abaixo disso, como explica o economista do Deral, Luiz Alberto Vantroba. “Para o produtor está girando entre R$ 33 e R$ 36 a saca. Aí os produtores estão reclamando muito, já que tem concorrentes estrangeiros e empresas que estão ficando fora do mercado”, explica.

A valorização, conforme Vantroba explica, é importante para que não haja uma retração no plantio para os próximos anos já que, tendo em vista prejuízos recentes, os produtores podem preferir deixar a terra ociosa durante o inverno. Esse volume, de 1,7 milhão de toneladas, representará quase 30% do total a ser produzido no Brasil. Assim como a produtividade na região está acima da média, apontada como a maior dos últimos anos, no Brasil o clima também foi favorável e a perspectiva é de safra recorde, com a colheita de 6,3 milhões de toneladas. Conforme a entrevista de Geller, deverão ser usados principalmente dois mecanismos, conhecidos como Pepro e Pep: No primeiro caso, os produtores participam de uma espécie de leilão para disputar um prêmio que é a diferença entre os valores de mercado e o preço mínimo definido pelo governo. Já no segundo caso, a disputa é por uma subvenção paga às empresas que fizerem a compra e a venda do produto.