PONTA GROSSA
PG estuda criar aldeia para população indígena
Três opções foram analisadas pela Prefeitura, que no momento disponibiliza atendimento emergencial aos índios na cidade
João Vitor Rezende | 18 de janeiro de 2019 - 03:08
Três opções foram analisadas pela Prefeitura, que no momento disponibiliza atendimento emergencial aos índios na cidade
Ainda sem finalizar o Plano Municipal de Política Pública
para a População Indígena em Ponta Grossa, a Prefeitura estuda medidas para
atender a população residente no município. A criação de uma ‘aldeia’ é
estudada e três pontos na cidade já foram analisados para a implantação desta
possibilidade.
Segundo a gerente administrativa da Secretaria de Políticas
Públicas Sociais (SMPPS), Jocemara Santos, a possibilidade é estudada a partir
de um pedido dos indígenas e uma avaliação do órgão que constatou uma
dificuldade de habitação dessas pessoas em uma residência convencional. Algumas
possibilidades já foram analisadas a partir da disponibilidade de terrenos
indicados pela Secretaria de Patrimônio. Duas opções, uma na região da Colônia
Dona Luiza e outra no Parque Nossa Senhora das Graças, foram dispensadas pela
distância da região central, onde muitos deles vendem materiais de artesanato.
A área do Parque Margherita Masini também foi analisada, mas refutada por opção
da Prefeitura.
Uma residência no bairro Jardim Carvalho era utilizada, mas
teve de ser desativada há cerca de quatro meses. “Tínhamos um imóvel no Jardim
Carvalho para eles utilizarem. No ano passado, o imóvel foi incendiado e essa é
a segunda vez que isso acontece. A partir daí, tivemos que suspender o uso
dessa residência”, explica. A casa também não poderia ser utilizada de forma
permanente por ter sido construída com recursos do Fundo da Infância e
Adolescência (FIA). Esta casa chegou a ser incendiada por andarilhos em maio de
2018.
Uma outra residência no bairro de Uvaranas, que pertence à
União, também já havia tido focos de incêndio em 2014 e em janeiro do ano
passado. Esta casa voltou a ser ocupada e atualmente abriga 31 pessoas de
quatro famílias – uma delas tem 13 pessoas. Em média, aproximadamente 20
indígenas transitam na cidade com o número podendo chegar até 50 pessoas
durante o verão.
Neste momento, a Secretaria disponibilizou um terreno nas
proximidades da sede do órgão, no bairro de Olarias, para atender esta demanda.
Jocemara afirma que uma família procurou a SMPPS há uma semana, mas teve
problemas por não haver um banheiro instalado. Segundo a representante da
pasta, a demanda deve ser solucionada nos próximos dias. A gerente explica que,
atualmente, a Secretaria tem prestado atendimento emergencial aos solicitantes.
“Quando eles vem aqui e solicitam ajuda, para alguma questão emergencial, e nós
conseguimos apoiar. Fazemos um atendimento paralelo, mas ainda não temos um
planejamento a longo prazo”, conclui a diretora.
Secretaria quer fundamentar plano no município
Jocemara argumenta que a Prefeitura assumiu a causa a partir
da omissão da Fundação Nacional do Índio (Funai) no município. Segundo a
representante da pasta, a criação de Plano Municipal de Política Pública para a
População Indígena é uma das prioridades da secretaria, mas que o tema não teve
grandes avanços até o momento. “Essa situação preocupa a Secretaria e estamos
desde o ano passado com essa discussão. Temos uma cobrança constante do Ministério
Público Federal (MPF) em relação a isso. Entendemos que há uma grande
dificuldade da população em entender que temos que assegurar o direito de ir e
vir dessas pessoas”, relata.