Política
Vereadores aprovam criação do ‘Passe Verde’
Proposta inclui a possibilidade de trocar recicláveis por créditos do transporte coletivo municipal dentro do programa Feira Verde.
Rodrigo de Souza | 11 de dezembro de 2018 - 01:21
Proposta inclui a possibilidade de trocar recicláveis por créditos do
transporte coletivo municipal dentro do programa Feira Verde.
Após intensa discussão na sessão
da Câmara, os vereadores de Ponta Grossa aprovaram a proposta do Poder
Executivo que permite a troca de materiais recicláveis por créditos nos
transporte coletivo municipal – o chamado ‘Passe Verde’. A possibilidade será
integrada ao projeto Feira Verde, programa da Secretaria Municipal de
Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
O projeto da Prefeitura de Ponta
Grossa altera a lei 11.645/2014, que instituiu o Feira Verde na cidade. O
programa já fazia a troca de 4 kg de materiais recicláveis por 1 kg de frutas,
verduras ou legumes de origem da agricultura familiar. Agora a iniciativa
também poderá entregar 1 bilhete do transporte coletivo – em forma de crédito
no cartão pessoal do usuário – para cada 8 kg de materiais recicláveis doados.
A proposta gerou ampla discussão
durante a sessão desta segunda-feira (10). Contrário ao projeto, o vereador
George Luiz de Oliveira (sem partido) afirmou que a possibilidade de troca
pelos bilhetes do transporte coletivo enfraquece o câmbio por alimentos, já que
o usuário poderia – mesmo que de forma irregular – vender o bilhete e utilizar
o dinheiro para qualquer outra ocasião.
Membro da bancada de oposição da
Câmara, Pietro Arnaud (Rede) se mostrou favorável à proposta. Para ele, o valor
de R$ 7,60 para se locomover com o transporte coletivo (ida e volta) é alto e a
troca de recicláveis pelos bilhetes trará economia à população, principalmente
aos mais carentes. O vereador ainda garantiu que é preciso estimular a
utilização do transporte coletivo em Ponta Grossa.
O vereador ‘Sargento’ Guiarone de
Paula (PROS) votou favorável à proposta, mas pediu atenção por parte do poder
público para que a troca dos bilhetes não vire um comércio clandestino de
passagens. Durante a sessão, Geraldo Stocco (Rede) afirmou que o problema em
relação à irregularidade não teria a ver com o projeto em si, mas sim com a
falta de fiscalização. “A venda de bilhetes já acontece em frente ao terminal,
infelizmente”, disse.
A proposta deve ser votada
novamente na quarta-feira (12) e, caso aprovada, seguirá para sanção do
prefeito Marcelo Rangel (PSDB), que já afirmou publicamente a intenção de
colocar o ‘Passe Verde’ em prática ainda em 2018.
Questão financeira tranquiliza vereadores
Durante a sessão, dois vereadores
da base governista de Marcelo Rangel frisaram que a proposta não trará prejuízo
aos cofres públicos municipais. O vereador Daniel Milla (PV) deu publicidade a
uma conversa com o secretário municipal da Fazenda, Cláudio Grokoviski, que
explicou as questões financeiras do projeto. “A preocupação era se o programa
iria impactar nos cofres públicos. O secretário nos deixou muito
tranquilizados. A troca dos alimentos por materiais já tem um orçamento dentro do
Programa Feira verde e ele não será alterado”, disse o vereador. Eduardo
Kalinoski (PSDB) também fez questão de garantir a viabilidade em relação aos
custos. “É preciso separar [dentro da discussão] a finalidade do programa e a
questão financeira. Financeiramente, está claro que a conta fecha”, disse.