Política
Secretária recebe mães, mas refuta flexibilização do ensino integral em PG
Secretária discutiu questões do ensino integral com mães e vereadores. Projeto quer flexibilizar sistema de educação
Afonso Verner | 21 de março de 2018 - 06:10
A Secretaria Municipal de Educação recebeu na tarde desta
terça-feira (20) um grupo de mães que pede que as escolas que atendem em tempo
integral em Ponta Grossa tenham também turmas que ofereçam os conteúdos em
metade do tempo, com uma flexibilização do sistema. O encontro contou com a
presença de 15 mães interessadas, além da vereadora Professora Rose (PSB) e dos
vereadores Celso Cieslak (PRTB), Guiarone (PROS) e Jorge da Farmácia (PDT).
As mães tiveram acesso a informações sobre a legislação
federal que rege o sistema de ensino em todo o país e também sobre a política
educacional da Prefeitura de Ponta Grossa, que prevê a ampliação gradativa das
escolas em tempo integral. A meta do Conselho Municipal de Educação é de que
todas as escolas do Município sejam de educação em tempo integral até 2025,
contribuindo para o desenvolvimento educacional das crianças e também com o
desenvolvimento de Ponta Grossa.
“Quando se compara o tempo de permanência na escola, na
América Latina, com o Brasil, nós estamos extremamente atrasados. Enquanto no
Chile são oito horas, em nosso país são menos de quatro. Jamais seremos um país
desenvolvido com essa jornada escolar”, explicou a secretária de Educação, Esméria
Saveli. Ela também demonstrou a preocupação da Secretaria a respeito com o
desenvolvimento educacional.
“A escola de tempo partido é uma questão cultural no Brasil,
que está sendo gradativamente superada. A educação em tempo integral é o que há
de melhor para a crianças. Escola pela metade é a ideia mais retrógrada e mais
atrasada em termos de Educação que temos hoje para a educação em nosso país”,
disse a secretária. Jorge da Farmácia e Celso Cieslak apresentaram um projeto
de lei que prevê a flexibilização do sistema integral.
O PL 58/2018 torna opcional o sistema de ensino integral no
município. “Não precisa a criança ficar o dia todo na escola, os pais tem de
ter esta opção. O projeto objetiva fornecer importante opção aos pais com
relação a educação e tempo com seus filhos. O fato é que muitos pais ficam em
casa boa parte do dia e poderiam fortalecer a relação com as crianças”, defende
Jorge da Farmácia.
A flexibilização do ensino integral já foi proposta pelo
agora ex-vereador Julio
Küller (atualmente no PMDB). Na época, o argumento que baseava o projeto
era semelhante com foco no fato dos pais poderem ter a opção de ficar mais
tempo com os filhos.
Casos particulares
serão avaliados
Todas as mães presentes tiveram a oportunidade de se
expressar. “Todos os casos particulares das mães serão avaliados e encaminhados
para uma solução que favoreça a criança”, disse Esméria. Em um dos casos, um
menino com dificuldades de adaptação será acompanhado de perto pela família e
pela escola. A SME também informou às mães que fará uma consulta às diretoras
das escolas para averiguar a necessidade de novas turmas em tempo parcial –
desde que elas funcionem no formato já existente atualmente. Não será possível,
como exemplo, crianças estudando apenas em um período em uma turma de alunos
que estudam em tempo integral, como propõem algumas das mães – uma vez que o
conteúdo e a turma seriam prejudicados.
Ensino integral
Atualmente, em Ponta Grossa, existem 84 escolas municipais. Destas, 19 delas ainda são de ensino parcial, onde as mães que não trabalham fora de casa podem matricular seus filhos, embora esta possa não ser a opção mais próxima da residência. O município possui 31 mil alunos, sendo aproximadamente 18 mil já em tempo integral.
Com informações da assessoria.