PUBLICIDADE

Nasrudin sempre escolhe errado

Nasrudin sempre escolhe errado

Imagem ilustrativa da imagem Nasrudin sempre escolhe errado

O mullah Nasrudin é considerado o grande mestre do sufismo, por justamente ter o perfil de um louco, embora sempre ensine – com sua pretensa loucura - os verdadeiros segredos da vida. Eis uma de suas histórias:

Todo o dia Nasrudin ia esmolar na feira, e as pessoas adoravam vê-lo fazendo o papel de tolo, com o seguinte truque: mostravam duas moedas, uma valendo dez vezes mais que a outra. Nasrudin sempre escolhia a menor.

A história correu pelo condado. Dia após dia, grupos de homens e mulheres mostravam as duas moedas, e Nasrudin sempre ficava com a menor.

Até que apareceu um senhor generoso, cansado de ver Nasrudin sendo ridicularizado daquela maneira. Chamando-o num canto da praça, disse:

- Sempre que lhe oferecerem duas moedas, escolha a maior. Assim terá mais dinheiro, e não será considerado idiota pelos outros.

 - O senhor parece ter razão - respondeu Nasrudin. - Mas se eu escolher a moeda maior, as pessoas vão deixar de me oferecer dinheiro, para provar que sou mais idiota que elas.  O senhor não sabe quanto dinheiro já ganhei, usando este truque.

“Não há nada de errado em se passar por tolo, se na verdade o que você está fazendo é inteligente".

O que mais se preocupava

O autor Leo Buscaglia foi certa vez convidado a ser jurado de um concurso numa escola, cujo tema era: “a criança que mais se preocupa com os outros”.

O vencedor foi um menino cujo vizinho – um senhor de mais de oitenta anos – acabara de ficar viúvo. Ao notar o velhinho no seu quintal, em lágrimas, o garoto pulou a cerca, sentou-se no seu colo, e ali ficou por muito tempo.

Quando voltou para sua casa, a mãe lhe perguntou o que dissera ao pobre homem.

- Nada – disse o menino. – Ele tinha perdido a sua mulher, e isso deve ter doído muito. Eu fui apenas ajudá-lo a chorar.

Reflexão

Fragmento de um poema de Facundo Cabra:

 “E me chamas estrangeiro, porque cheguei aqui por um caminho que não conhecias, porque nasci em outra cidade, e conheci outros mares”.

Chamas-me estrangeiro porque não estás acostumado comigo, já que eu zarpei de um porto distante, e tu pensas que as despedidas existem apenas para que se agitem lenços e se encham de lágrimas os olhos, e acreditas que, quando se vai para longe, todos pensam apenas no dia do regresso, e nas orações que os entes queridos ficam repetindo, dia após dia, anos a fio.

Mas eu não sou estrangeiro. Porque despertei em minha alma o que antes não conhecia, e descobri que todos os homens são iguais, que houve uma época em que o mundo não tinha fronteiras.

Todos nós trazemos o mesmo grito, as mesmas perguntas, o mesmo cansaço das viagens muito longas.

Os que dividem, os que dominam, os que roubam, os que mentem, os que compram e vendem nossos sonhos, são eles que inventaram esta palavra: Estrangeiro.

Olha-me no fundo de meus olhos, além do teu ódio, do teu egoísmo, do teu medo, e verás que sou apenas um homem, que precisa de tua ajuda.  Não posso ser, nunca fui um Estrangeiro.

PUBLICIDADE
PUBLICIDADE

MAIS DE PAULO COELHO

HORÓSCOPO

PUBLICIDADE
PUBLICIDADE

DESTAQUES

PUBLICIDADE
PUBLICIDADE

MIX

HORÓSCOPO

PUBLICIDADE
PUBLICIDADE