Editorial
Socorro ao IML
Da Redação | 07 de novembro de 2018 - 02:15
Falta de investimento, omissão e descaso do governo estadual
conduziram a seção técnica do Instituto Médico Legal de Ponta Grossa a uma
situação de extrema precariedade. Este mesmo órgão, que há 15 anos serviu de
referência aos demais órgãos pela excelência do serviço prestado à população, atualmente
funciona em contêineres alugados pelo Estado numa área cedida pelo Hospital Universitário.
Essa transferência realizada sem planejamento e em caráter
emergencial foi motivada pelo risco de desabamento da atual sede, localizada no
mesmo pátio da 13ª SDP. Essa estrutura provisória deve funcionar por seis
meses. Ficou tratado que os cadáveres serão periciados no hospital. Os atendimentos
à população (exames) são realizados nessa estrutura metálica.
Impressiona, em toda essa situação, a incapacidade das
lideranças políticas e empresariais de Ponta Grossa e da região dos Campos
Gerais em socorrer o IML. Os argumentos levados ao Palácio Iguaçu não
encontraram respaldo em mais de duas décadas de penúria. E quem pagou caro por
isso foi a sociedade.
Agora, o Ministério Público e a Defensoria Pública resolveram
agir. Segundo reportagem do Jornal da Manhã, desta quarta-feira, a 12ª
Promotoria de Justiça de Ponta Grossa, nos Campos Gerais, e o Núcleo da
Cidadania e Direitos Humanos da Defensoria Pública Estadual ajuizaram ação
civil pública buscando obrigar o Estado do Paraná a resolver os problemas
crônicos do Instituto Médico-Legal da cidade.
Os autores da ação constataram diversas irregularidades
no IML de Ponta Grossa, que atende 28 municípios da região, o que tem
afetado os serviços à população. Faltam médicos e veículos, e o prédio está em
péssimas condições, inclusive com risco de desabamento do muro externo. Foram
verificados casos de inaceitável demora no atendimento a vítimas de acidentes,
além da falta de médicos plantonistas.